Fala Tu DNASTY: Carreira, sonhos e metas para o futuro!

Escrito por Andressa Vasconcelos 15/03/2018 às 20:00

Foto: Divulgação
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Se você curte rap nacional com certeza já deve ter ouvido falar do DNASTY, os irmãos de Luanda que fazem bastante sucesso no Youtube e agora com suas músicas, ganhou a internet mostrando carisma e talento. Eles começaram em carreira solo, mas como eram irmão sempre um participava do projeto do outro, até que em meados de 2017, Evan Maurilio & Helio Crunk resolveram se unir e assim nasceu o Dnasty.

“Tudo foi crescendo gradativamente. Mas quando, nos primeiros vídeos de react, os próprios artistas dos sons começaram a compartilhar falando bem e a comentar e tudo mais,percebemos que estava nascendo algo. Só que até então poucas pessoas sabiam que nós fazíamos um som, a bem mais tempo que as reacts, que era o nosso foco principal. E quando voltamos a lançar, o reconhecimento foi quase imediato.”

Contou o duo que também disse que até agora ficam surpresos com algumas coisas, por exemplo, quando o duo foi destaque de um dos clipes do último álbum do rapper Froid.

“Ele entrou em contato dizendo que tinha curtido o som, o clipe, a nossa energia etc e que ele tinha uma ideia pra um clipe do álbum dele que ficaria perfeita com a nossa participação, passamos 3 dias em SP e nesse período ele deu a oportunidade de apresentar alguns sons nossos no show dele e isso foi surreal. Somos muito gratos ao Froid e à equipe dele por esse período lá que acrescentou muito pra nós. Foi também um grande aprendizado pra nós, ver ele trabalhando, gravando clipe atrás de clipe, fazendo show atrás de show, quase sem parar. Sempre soubemos da necessidade de dedicação pra fazer o corre virar e ver isso de perto agregou bastante”

Maurilio e Helio são de Luanda mas tem forte conexão com o Brasil, a mãe deles é medica e fez uma especialização aqui no Brasil, durante o tempo de curso dela os dois sempre vinham de férias e quando chegou a hora dos artistas começarem a faculdade eles decidiram vim para o Brasil e falam em complexidade quando o assunto é voltar a morar em Luanda.

“Temos ligação com o Brasil desde 2002. Nossa mãe é médica e se especializou aqui… Desde então a gente fica num eterno vai e vem entre Brasil e Angola e quando chegou a hora da faculdade, decidimos que aqui seria o melhor lugar, sobre voltar para Luanda isso é uma questão bem complexa que a gente está deixando o tempo definir. O plano inicial era voltar depois que tudo estivesse concluído. Mas a gente acabou criando vários laços com o Rio de Janeiro, laços fortes com pessoas daqui e a música vem somar a isso. Mas não sabemos até onde isso vai crescer então fica difícil responder essa pergunta. Hoje em dia o Rio virou casa pra nós também, mais do que apenas o lugar onde viemos nos formar” Contou os rappers.

O Dnasty foi o escolhido para participar do primeiro episódio do quadro “Fala Tu” onde vamos contar a história e entrevistar alguns artistas do hip hop do cenário nacional.

FALA TU DNASTY!

Andressa: No trap, é constante a presença de músicas que fazem referência a drogas ilícitas. Vocês, apesar de serem trappers, vão na direção contrária a essas referências. Vocês enxergam uma necessidade da não-influência ao uso de drogas para o público?

Dnasty: Nós achamos que falta no estilo, pessoas que mostrem o outro lado das coisas. O outro lado do uso das drogas além da diversão, da onda e tal. Já tem muita gente incentivando as pessoas a consumirem e romantizando isso, faltam pessoas do outro lado, mostrando os perigos. E não só quanto às drogas, mas em outros assuntos que o estilo aborda, só um lado da moeda está sendo mostrado, nada contra, mas a gente acha interessante fazer o papel de mostrar o outro. Tipo, todo mundo gosta de fazer sons de ostentação mas poucos fazem sons sobre trabalhar duro pra conseguir essa grana.

Andressa: Vocês acreditam que tenham alguma responsabilidade com a mensagem que passam para o público?

Com certeza. Achamos que, antes de tudo, todo mundo que vai compôr uma música, que obviamente visa atingir um público, tem que ter a preocupação de não incentivar esse público a algo negativo. No nosso estilo muitas vezes a letra não é o mais importante mas nós temos uma base de influências e referências muito fortes quanto à lírica então nunca ignoramos essa parte, e temos sempre a preocupação de pelo menos não passar uma mensagem que consideramos negativa.

Andressa: Como vocês fazem para conciliar a universidade e o rap? 

Hélio: Eu terminei recentemente o curso de Engenharia de Petróleo, então creio que ao longo do ano não vai ter tanto conflito. Durante o curso também não foi tão difícil por que, por sorte ou azar (não sei), as coisas ainda não estavam dando tão certo então não tínhamos tantos compromissos, só um show ou outro em fins de semana. Gravar nunca atrapalhou porque temos o home studio à disposição sempre

Evan: Eu ainda não sei como vai ser ao longo desse ano por que os compromissos estão começando a aparecer cada vez mais fortes. Até o momento dessa entrevista ainda não atrapalhou mas acho que mais pro meio do ano vai ficar mais tenso e vou ter que dar um jeito. De qualquer forma a faculdade é prioridade pra mim no momento, afinal é por isso que a gente ta aqui no Brasil.

Andressa: Como foi o exato momento em que vocês perceberam que estavam sendo reconhecidos? 

Dnasty: Tudo foi crescendo gradativamente. Mas quando, nos primeiros vídeos de react, os próprios artistas dos sons começaram a partilhar falando bem e a comentar e tudo mais, aí percebemos que estava nascendo algo. Só que até então poucas pessoas sabiam que nós fazíamos um som, a bem mais tempo que as reacts, que era o nosso foco principal. E quando voltamos a lançar, o reconhecimento foi quase imediato.

Andressa: Como seus familiares que ficaram em Luanda estão lidando com o fato de vocês estarem fazendo rap no Brasil? E como foi a reação deles ao saberem do reconhecimento que estão tendo por aqui?

Dnasty: Eles sempre souberam que a gente faz rap, até quando estávamos em Luanda, já éramos “os músicos da família” há um bom tempo. Com o reconhecimento até agora a reação foi muito boa, mensagens parabenizando e tal. Nossa mãe acompanha muito a TV brasileira, ela pirou quando viu Thiaguinho e Rafael Zulu ouvindo o nosso som.  Nosso irmão mais velho sempre apoiou muito a gente fazendo música e agora não é diferente, ele ta sempre partilhando, meio com aquele ar de “Eu sabia que um dia ia virar” Kkkkk. Ele sempre teve papel muito importante, até na definição dos nossos gostos e referências.

Andressa: Atualmente quais são seus sonhos e objetivos com o rap e fora dele?

Dnasty: Com o rap a gente pretende levar cada vez mais energia boa pras pessoas, entreter, divertir, ensinar e aprender com o público. Como Evan sempre diz, a gente quer tornar o mundo (aquilo que estiver ao nosso alcance) um lugar melhor, mais positivo, através da música. Fora do rap a gente quer continuar crescendo como Ser Humano, aprender até o último segundo, buscando sempre paz, liberdade, alegria. E claro, ninguém quer passar fome, esperamos conseguir também com a música ou com as nossas formações uma boa estabilidade financeira.

Andressa: Vocês criaram uma versão trap do hino nacional que bombou nas redes sociais, qual foi o sentimento de vocês ao ver a resposta positiva em cima disso?

Dnasty: Hahahah foi uma loucura, essa é a verdade. Tipo, nós já tínhamos a ideia um tempo antes e sabíamos do potencial dela, mas aguardamos até o momento certo porque queríamos fazer isso como forma de agradecimento ao nosso publico que é quase todo brasileiro. E quando saiu, a repercussão foi maior do que esperávamos, ficamos felizes com isso porque muitos entenderam a ideia e superou as expectativas.

Andressa: Existe alguma faixa que vocês fizeram que gostaram mais? ou que vocês acreditam que se tornou um destaque de vocês?

Hélio: Eu gosto muito da Fanta porque foi feito de um jeito muito casual, sem pretensão nenhuma e carrega muito a nossa identidade, de alegria, brincadeira e tal. Mas ao mesmo tempo tem uma mensagem não tão oculta e ta aí quase batendo 1M de forma independente.

Evan: Fanta com certeza se tornou o destaque, mas tenho um grande carinho pela faixa ‘Fé’ pelo que ela representa, apesar de ser uma das que teve menos alcance. A vibe e a mensagem passada nela traz um sentimento de paz e felicidade pra mim

Andressa: Se fosse comparar o estilo de vocês com algum rapper nacional ou internacional, quem seria?

Dnasty: A gente costuma dizer que nós somos um poço de referências dentro do rap como dá pra ver na resposta acima, a gente ja ouviu muita coisa diferente, referências de Angola, Brasil, Portugal, USA e não só, sem contar que tem coisas que um escutou ou escuta e outro não. E quando todas essas referências se juntam gera algo novo. Olhando superficialmente o que talvez mais parece connosco é o Rae Sremmurd por também serem dois irmãos fazendo principalmente Trap, mas no fundo as propostas são bem diferentes

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