O personagem fez um grande sucesso em GTA Vice City.
Tommy Vercetti foi o primeiro protagonista de Grand Theft Auto que era um personagem. Nos jogos 2D os jogadores podiam escolher entre oito protagonistas jogáveis, mas isso não tinha nenhuma influência real no jogo além da cor de suas roupas, pele e cabelo. Os fãs não sabiam nada sobre eles, com apenas um retrato 2D dando-lhe alguma pista sobre como eles poderiam ser. O único protagonista de Grand Theft Auto 2, Claude Speed, era um homem em branco com pouca personalidade.
E o silencioso anti-herói de Grand Theft Auto 3 (também chamado de Claude, mas uma pessoa diferente) tinha uma motivação clara – buscar vingança contra a ex-namorada que o traiu e o deixou para morrer – mas sua personalidade era, novamente, quase totalmente inexistente. Ele estava furioso e claramente amava o caos, mas era só isso. É por isso que Tommy foi uma mudança de ritmo tão adorada.
Ele era tão violento e moralmente repreensível quanto seus predecessores unidimensionais, mas enormemente elevado pelo fato de que realmente falava — cortesia do grande e falecido Ray Liotta. Mesmo que Liotta não tivesse ideia do que era Grand Theft Auto (ou sua capacidade de vender milhões de cópias) quando se inscreveu para interpretar o personagem – e supostamente entrou em conflito com a Rockstar durante o processo de gravação – ele deu tudo de si. Tommy era calmo e controlado, com um senso de humor seco e um raciocínio rápido, mas explodia com uma grande raiva quando alguém o contrariava.
Muitos protagonistas de Grand Theft Auto são pessoas que deixam os problemas pessoais interferirem em seu trabalho. Mesmo um durão como Niko Bellic do GTA 4 tem problemas familiares e um passado conturbado. Mas Tommy Vercetti é, tanto quanto alguém que mata pessoas para viver, comparativamente bem ajustado e sem um passado. Ele é temperamental e propenso a ataques repentinos e violentos de raiva, mas é o personagem principal mais profissional e equilibrado da história do GTA. Jogar como um criminoso de carreira experiente e duro – em vez de um novato como Carl ‘CJ’ Johnson de GTA: San Andreas ou um neurótico fracassado como Michael De Santa do GTA 5 – dá a Vice City um sabor em comparação com outros jogos da série.
Vice City é uma história clássica da pobreza à riqueza. Tommy começa o jogo como um personagem de baixo nível em uma vistosa camisa havaiana e termina como, essencialmente, Tony Montana. Scarface sempre foi uma grande influência em Grand Theft Auto—GTA 3 tinha uma estação de rádio, Flashback FM, consistindo inteiramente de músicas da trilha sonora—mas Vice City é a homenagem mais aberta ao clássico dos anos 80 de Brian De Palma.
Como no filme, é incrivelmente satisfatório assistir (e, no caso do jogo, participar) da ascensão de Tommy de ninguém a chefão. Todo jogo GTA segue essa estrutura básica, mas Vice City faz isso melhor. No momento em que os créditos rolam e você consegue todas as propriedades valiosas da cidade, vence todos os rivais e fica como sócio de todos os negócios ilícitos, o jogador realmente sente que Tommy é o dono do lugar.
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