Djonga tem explorado novas sonoridades em suas músicas, mas fãs ainda pedem sua “versão antiga”.
O rapper mineiro Djonga é um dos artistas relevantes da sua geração. Desde que surgiu, o artista lançou obras aclamadas pelo público, trouxe mais holofote para a cena de Minas Gerais, fez músicas históricas para o rap nacional e se tornou uma figura importante para o debate racial e político dentro da música. Apesar disso, há quem acredite que faltam músicas de “mais papo reto” do MC.
Ao longo da carreira, Djonga lançou álbuns importantes como “Heresia”, “O Menino Que Queria Ser Deus”, “Ladrão”, sem falar de suas participações em “Poetas no Topo”, “Favela Vive” e seu verso histórico em “Olho de Tigre”. Porém, o rapper mineiro tem explorado novas sonoridades na música. Recentemente, ele mostrou que vai começar a lançar músicas no gênero jersey, por exemplo.
Através do seu perfil no Threads, ele comentou sobre os próximos passos da carreira e o que tem preparado para os fãs. “Vocês vão curtir muito o que nós estamos produzindo. Músicas em outra vibe do que o Djonga sempre faz. Mais leveza nas ideias, mais melodia. E pros críticos, tem seis discos do jeito que vocês acharem melhor. Arte é um processo de vida e aprender a criar de outro jeito tem sido importante pra mim”, refletiu.
Entretanto, um fã respondeu a publicação dizendo que “sente saudade” do período em que o MC “rimava mais papo reto”, e recebeu uma resposta do artista. “Eu fiz 60 músicas em disco falando sobre o que eu acredito, e elas são eternas. Elas sempre estarão disponíveis pra ouvir, sempre vão estar nos shows e serão o carro chefe do meu trabalho. Agora, fazer coisas leves é legal também. Eu não vivo 24 horas por dia só pensando em política, sociedade, pretos e pretas etc. Sou comum, tenho vaidade, ego pensamento fútil, raiva de coisa besta. E é daora falar sobre isso também”, rebateu o rapper.
Djonga é um dos rappers que tem saído um pouco de sua zona de conforto e experimentando novos ares. O artista postou seu perfil do Instagram uma prévia, a faixa ganhou o nome de “5 da manhã”, mas o que chamou a atenção dos fãs foi a escolha do beat, onde Djonga mostra toda sua versatilidade cantando em um dos estilos que esta se tornando uma febre no Brasil: jersey.
Um processo parecido ocorreu com o rapper norteamericano, Tyler, The Creator, após o lançamento de álbuns como “Flower Boy” e “Igor”. Na época, os fãs do artista comentavam que sentiam falta do “antigo Tyler”, onde ele era menos melódico e experimental. Entretanto, ele respondeu que sua “versão antiga” sempre estaria disponível para quem quisesse escutar. “Você sente falta dele? Não foi a lugar nenhum, ainda está disponível para ouvir quando quiser. Você está sofrendo sozinho”, tuitou ele, anos atrás.