Frostty Beats mistura cinema e jazz japonês no álbum ‘Ego Overdose’

Felipe Mascari
3 Min Read
CAPA Frostty

Produtor Frostty Beats constrói narrativa sem palavras em seu novo álbum instrumental.

A música brasileira se construiu sobre grandes vozes, mas a presença dos beatmakers e produtores foi igualmente essencial. Entre esses artistas, destaca-se Frostty Beats, um talentoso produtor e multi-instrumentista da capital paulista, que está lançando seu novo álbum instrumental, “Ego Overdose“.

No disco, Frostty constrói uma narrativa sem palavras, abordando temas como a ascensão e a queda do ego, explorando emoções como a insegurança e a autoconfiança. As batidas do disco se transformam ao longo das faixas, mesclando o jazz japonês com clássicos do cinema, para proporcionar uma experiência sonora profunda e reflexiva.

CAPA Frostty

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Inspirado pelo filme “A Face dos Outros“, do diretor Kobo Abe, O disco ecoa o drama existencial do personagem Mr. Okuyama, que, após perder o rosto em um acidente químico, passa a refletir sobre identidade e isolamento. O álbum transmite essa intensidade nas 12 faixas, começando com “Ego Ascension”, onde o saxofone de Beto Braga evoca o surgimento do ego.

Em “Mr. Okuyama Syndrome”, “Real Facts”, “Aesthetic Noir” e “Anxious pt 2”, Frostty explora temas como a grandiosidade e o confronto com a própria fragilidade, enquanto “Coffee Break” e “Stoppa’s Interlude” atuam como interlúdios que imitam os intervalos publicitários de um filme.

Além das referências a clássicos como “Vanilla Sky”, “Laranja Mecânica” e “De Olhos Bem Fechados”, Frostty mergulha na sonoridade do jazz japonês, com inspirações em artistas como Norio Maeda, e também encontra afinidade em nomes ocidentais como Vince Staples, MF Doom e Tyler, the Creator. Essa fusão cultural é visível nas faixas finais, onde títulos como “Magdala” e “Memento Mori” sugerem a aceitação da finitude.

Com quatro anos de carreira, Frostty transita entre o lo-fi hip-hop, trap e R&B, mas “Ego Overdose” representa algo maior: um projeto ambicioso que visa proporcionar ao ouvinte uma viagem pela introspecção e pela imaginação. “Desde criança, sonhava em criar algo que fizesse as pessoas refletirem”, conta o beatmaker.

Ego Overdose” já está disponível em todas as plataformas digitais e, com ele, Frostty Beats convida o público a desvendar uma obra que vai além da música, explorando emoções e narrativas complexas.

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