Projeto musical, que mescla as vivências do artista em um boombap ao seu modo, já está disponível nas plataformas.
O artista carioca Caio Ocean lançou o EP “Garoto Oceano” na última quinta-feira (24), marcando um novo capítulo em sua trajetória. Conhecido por uma abordagem visceral e autêntica em suas composições, Caio mergulha em um compilado que ele mesmo define como “orgânico e artesanal”.
Mesmo em início de carreira, Caio Ocean já é destaque na cena independente, com mais de 70 milhões de plays no Spotify e YouTube somente no segundo semestre de 2023. Seus sucessos, como “Terra de Ninguém” e “Caras Como Eu”, refletem a realidade de um carioca suburbano, traduzindo experiências de vida em versos contundentes.
Gravado inteiramente no celular, o projeto explora seis faixas que transitam entre diversos ritmos e sentimentos, evidenciando sua habilidade em unir caos e ordem através da música. A faixa de abertura, “Intro”, é um prefácio ao estado mental de Caio durante o desenvolvimento do projeto.
Na faixa, o artista reflete sobre arrependimentos e dúvidas, compondo uma espécie de “carta aberta” que dá o tom intimista do EP. “Margem”, a segunda faixa, desacelera o ritmo e carrega uma atmosfera reflexiva, simbolizando a jornada e os desafios que ele enfrenta na vida.
Em “O Sol”, Caio Ocean adota uma sonoridade calma em contraste com versos intensos, que ele próprio define como um “grito de autoconfiança”. “As perdas me enriquecem”, comenta o artista, explicando que a faixa representa sua determinação e desejo de compartilhar experiências, mesmo que indiretamente.
A sequência do EP é como uma travessia em alto-mar, variando entre estabilidade e intensidade. “Fé Meu Levado” revela o lado mais íntimo do artista, abordando relações pessoais e a solidão enfrentada, ainda que com uma rede de apoio. Já em “Vandalismo Puro”, a penúltima faixa, o tom é de ruptura: o instrumental mais agressivo e as letras afiadas transmitem um sentimento explosivo de ambição, contrastando com as demais faixas.
A última parada é “Adele”, uma reflexão sobre as mudanças e sobre a possível estagnação pessoal após tanto esforço. Caio se permite vulnerabilidade, expondo dúvidas sobre evoluir ou aceitar-se como é. “No final, talvez eu não tenha mudado, e não sei se quero mudar”, ele desabafa, provocando uma reflexão sobre autoconhecimento e aceitação.