Fala Tu Yas Werneck: Música, Inspirações, questões raciais, projetos futuros e +

Escrito por Andressa Vasconcelos 08/04/2018 às 12:02

Foto: Divulgação
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Yas Werneck é uma artista carioca que vem conquistando cada vez mais o sucesso no mundo da música, ela iniciou no hip hop aproximadamente há 8 anos em um grupo de rap cristão chamado JEYBI composto por Werneck e mais duas meninas, a primeira faixa que ela escreveu foi uma “diss” que foi feita depois ouvir um “babaca” soltar algumas rimas escrotas sobre mulheres em um evento de um amigo.

“Isso não está certo, tenho que escrever uma resposta pra isso” contou Yas, de lá pra cá o grupo acabou, mas a artista continuou firme e forte lançando diversos projetos, sendo o último lançado em 2016 chamado “Hexagonal” que conta com o hit “Comeki” que foi parar até mesmo na mixtape do Neymar.

“E busca de coisa nova, a galera que tava fazendo a seleção dos sons perguntou a um dj brasileiro (donnie j) qual era a novidade do braza. ele mandou algumas sugestões, inclusive minha música. eles curtiram e eu entrei nessa” explicou.

Nós conversamos com Yas Werneck que falou sobre inspirações, questões raciais, projetos futuros e muito mais.

RAP + ENTREVISTA YAS WERNECK

https://www.instagram.com/p/BhRNA8ZhlqO/?taken-by=werneckyas

Andressa: Quem é Yas Werneck?

difícil falar sobre si mesma. eu sou eu pô hahaha a Yas e a Yasminie são muito uma coisa só, não existe um “personagem” por trás do “nome artístico”.

Andressa: Como iniciou sua caminhada no hip hop?

iniciei no hip hop há aproximadamente oito anos em um grupo de RAP cristão chamado JEYBI, eram eu e mais duas meninas.

 

Andressa: A sua faixa “comeki” apresenta uma sonoridade diferente das suas outras faixas, você planeja investir em mais faixas desse tipo?

seria legal sim. mas isso vai depender dos beatmakers haha eu nunca opino nos beats, em todas as vezes sou desafiada por eles a dropar nos mais diversos estilos.

 

Andressa: Como você definiria sua música?

Assim como num cabide cabe qualquer roupa, acredito que seja minha música, cabe em qualquer ouvido.não tem gênero, segmento, faixa etária, etc

 

Andressa: Recentemente você foi uma das convidadas do show do Emicida, qual foi seu sentimento ao subir no palco ao lado de um artista do porte do Emicida? Podemos esperar no futuro uma parceria?

foi irado, eu respeito muito o corre dele e tudo o que ele representa pra cena. não, não fechamos nada de parcerias rs

 

Nas suas redes sociais você se apresenta como uma rapper e cristã. Como que você lida com ambas as questões? E como o cristianismo acrescenta no hip hop e vice-versa?

eu sempre lidei com tranquilidade, nunca bateu de frente com o que eu acredito. os fundamentos do “real HH” – que deveria ser único, but… – “paz amor união e diversão” muito conversam com princípios cristãos.

 

 

Andressa: Quais são suas principais influências no hip hop feminino?

Rapsody, Nega Gizza, Dina Di, Akua Naru, Mahogany Jones, por diferentes razões.
pioneirismo, resistência, flow, métrica, conteúdo, militância.

 

Andressa: Você conheceu o Grand Wizzard Theodore, como foi o encontro e qual foi sua reação ao encontro?

foi muito maneiro, a experiência, simpatia, humildade e por tudo que o cara representa;
ouvir dele o que eu li em livros foi muuuito maneiro mesmo.

 

Andressa: Como você enxerga a questão racial e feminina no rap nacional hoje? Para você, quais são as principais dificuldades ou não existentes na cena?

Sei lá, tá tudo muito zuado cara os pretos pagando de white play, os white pagando de preto… pessoas querendo ser personagens, o “rap verdade” se perdendo… mas o que ainda não mudou são as minas sem espaço/reconhecimento. falando sobre rj, “fazendo sucesso” não vejo nenhuma, e só sei que existe porque não olho o mainstream, eu era público de batalha/roda cultural, e isso me permitiu conhecer minas muito talentosas pelo rj. o machismo nos impede de ascender. não vou dizer que NENHUMA, mas dificilmente as que eu conheci, com bom trampo, que levam a sério o movimento, se submeteriam a ser “hipersexualizada” pra entrar no mainstream. porque infelizmente, acreditam que mulher vende mostrando corpo.

 

Andressa: Você tem alguns planos para 2018? E pode antecipar alguns pra nós?

tô num projeto diferente do que eu faço, que é uma ópera rock (uma espécie de musical) com a banda Titãs.
um super aprendizado e bagagem como artista, já que além de cantar também vou interpretar e dançar (o_o)
não sei se esse ano ainda lanço algo mais completo como um ep ou álbum, mas acredito que saiam alguns singles 🙂

 

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