O Fa7her estava numa busca por encontrar-se musicalmente no período inicial de fundação do seu selo, Melhoria Music, quando então começou a trocar ideias com o CHF — que, mais para frente, o mandou alguns instrumentais — o consumo e descarte rápido de tudo.
Inicialmente, tratava-se apenas de uma conversa entre os dois. Avançou para o processo da possibilidade de uma música da dupla e, quando foram ver, já tinham três faixas. Resolveram, então, seguir o caminho contra esse imediatismo de consumo e músicas padrões comerciais que vêm sendo feitas atualmente, aproveitando o flerte natural surgido entre os dois para criar um álbum em colaboração, que seguisse a longevidade observada por CHF nos projetos do Akira.
O boombap é um subgênero amado pela dupla autora do disco. CHF admira o estilo e sonoridade, e também tinha um sonho antigo de poder trabalhar num álbum assim, ainda mais ao lado de um artista que admira e observa desde quando começou sua carreira no rap.
Fa7her, por sua vez, enxerga o ritmo como ainda muito atual e um refúgio para englobar suas experiências colhidas nesses vinte anos no rap, fugindo de fazer o mais do mesmo, pois, se ocorrer, estará soando repetitivo e, consequentemente, perderá o espaço para a nova geração. Entretanto, entende que a sua arte é um reverenciamento à golden era, juntamente à vontade de dialogar com a juventude.
Dando continuidade à sonoridade surgida com a primeira faixa criada, Black Máfia; Akira e CHF destrincham as suas referências e inspirações da cultura hip-hop nova-iorquina e brasileira, além de adaptarem aos seus próprios estilos, originalidade, vivências e visões adquiridas ao decorrer da carreira.
O significado principal da palavra “omertà” vem do latim e significa humildade, porém, no disco, o conceito imprimido é o do código mafioso em não cooperar com o sistema, a polícia, a justiça, o governo e etc; visto que você está sendo alvo deles e não pode vacilar ao ponto de entregar informações — sejam suas ou de pessoas próximas — que vá fortalecê-los.