Blecaute e Kenner colaboram em artes com fortes influências culturais.
Na última quarta-feira (17), Blecaute recebeu um convite da Kenner para falar parte de sua relação com a marca, ressaltando a essência da arte brasileira e representando um dos grandes destaques da cultura do país, sendo o primeiro cearense a realizar a parceira.
“Eles chegaram ao meu trabalho a partir de uma arte que esteve no 75º Salão de abril, um dos mais antigos salões de arte do Brasil, intitulada ‘Eu também sou um anjo’, uma obra feita em acrílica sobre madeira. Eles entraram em contato através do Instagram, onde eu havia publicado detalhes da arte e me fizeram a proposta de fazer duas artes para a galeria Kenner, uma arte sendo digital e a outra sobre tela”, conta ele.
O artista visual desenvolveu dois trabalhos; o primeiro, nomeado “Os Vet de Fortal Vão de Kenner“, trazendo 11 personagens com diversas camisas de times cearenses e cariocas como Ceará, Ferroviário, Flamengo e Vasco, narrando histórias e eternizando o dia de lazer entre amigos como um registro.

“Reuni diversos amigos do Passaré e pessoas que movimentam a cena cultural de Fortaleza e, de fato, são inúmeras histórias afetivas com a Kenner. Assim, fizemos um ensaio fotográfico junto à multiartista Alexia Ferreira na casa de um amigo que mora em frente ao socioeducativo, e utilizei as fotografias para fazer a pintura digital da colaboração”, acrescentou ele.
Já na segunda obra, uma pintura à óleo e acrílica, intitulada “Kalma, vai dar bom“, narra uma cena através de um autorretrato onde, centralizado na tela, o personagem veste um casaco amarelo do Brasil, simulando o clássico uniforme da seleção brasileira campeã do mundo em 2002.
Blecaute traz também espadas de São Jorge e Cobra-Coral, com um K de Kenner centralizado, além da bandeira do quilombismo em referência a Abdias do Nascimento. Ao fundo, há um quadro feito inteiramente à tinta a óleo, onde se vê um anjo negro vestindo short branco, Kenner e boné também da marca; ambos vermelhos.
As asas são plantas Comigo-Ninguém-Pode e, em suas mãos, o personagem carrega uma coroa que óticamente se encaixa na cabeça do personagem central. “Gosto de fazer autorretratos por conseguir criar através da arte outras perspectivas para o que sou e como me veem”, diz o artista.
“Já me falaram que eu era ‘muito mal encarado para ser Cristo’; fiz disso o nome da minha exposição. Quando crio obras, imagino e crio novos imaginários deste estereótipo do ‘mal encarado’ por outro viés que não seja a dor ou a violência, mas a abundância e liberdade – pois vindo do Passaré, até que cheguei longe”, conclui.
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