Em 2016 e 2017 fomos pegos por um tsunami de vídeos de batalha de rima, Mc´s que eram muito vistos nas batalhas, que ganhavam campeonatos, começaram a fazer boas músicas e então foram atrás de sua história. Predella, Xamã, Choice e Sid são nomes que saíram dos campeonatos regionais gravados pelo celular. Ali começaram uma história, mas isso nem sempre se repetiu, foi ficando popular e cada bairro tinha sua batalha, todo mundo sabia rimar “vacilão” com “bobão” e gravou sua rodinha. Afinal das contas, ainda é importante, nessa altura do campeonato trocadilho), termos batalhas rap?
Desde 1970 o hip-hop começou a se unir para o próprio entretenimento das comunidades, o rap se expandia e de piada e zoação se construíam rimas pesadas, métricas afiadas e então temos uma nova “modalidade” no rap. Era não só divertido mas também uma forma de ganhar nome, de praticar as habilidades. MC´s de diferentes idades e regiões vinham testar seu improvisado, tomando cuidado pra respeitar a quebrada do outro mas dando seu melhor numa lírica agressiva, controlavam o tempo pra cada participante jogar as punchlines no outro e o placar eram as palmas da rapaziada.
Poderiam gerar conflitos maiores, as provocações eram fortes e as vezes esqueciam que o intuito era mostrar capacidade, se envolviam diferentes bancas e nem sempre pensavam no lado cultural da coisa. Porém, tendo em vista que isso mudou, ficou popular e hoje em dia é de maioria jovem, isso ainda importa? A molecada de agora ta fazendo direito?
Sim, eles tem todo direito, todo animo e devem continuar! O talento pode estar em vários lugares, quanto mais o instrumental boombap se espalha, mais chance temos de novos artistas revelados! É claro, nem tudo são flores e uma hora fica ofensivo, fútil e só pra virar meme na internet, mas isso pode acontecer com tudo, né? Cada um no seu motivo, cada um na sua vivencia, trazendo lazer e musica pra quebrada. Que sejam mais batalhas, mais esperança e espaço pra todo mundo.
BONUS: Saído das batalhas do bairro para o mundo, conheça SXN.
