Brisa Flow é a primeira artista indígena a se apresentar no Lollapalooza Brasil

Brisa Flow trará uma especial performance para marcar a estreia de uma artista indígena no Lollapalooza Brasil.

Sendo a primeira mulher indígena originária marrona a ser escalada para tocar no Lollapalooza Brasil, Brisa Flow vem preparando um show exclusivo para a ocasião, trazendo novos arranjos e novas versões das canções de seu álbum mais recente, Janqueo (2022), além de uma passada no repertório dos projetos anteriores. Na mesma data em que a cantora Billie Eilish e o rapper Lil Nas X como headliners, a artista sobe ao palco Chevrolet na próxima sexta-feira (24 de março), às 12h30.

“Fomos nos aquilombando conforme os nossos laços foram se fortalecendo. Acredito neste aquilombamento urbano como uma prática artística de juntar pessoas trans, indígenas e pretas numa soma para transformar a cena em um lugar mais diverso e também trazer toda nossa potência para que possamos valorizar a cultura brasileira e latino-americana, como prefiro chamar de Abya Yala”, diz Brisa Flow, ressaltando a importância de ocupar espaço em um festival como esse.

Assinado pela própria artista ao lado da fashion designer Vicenta Perrota e do diretor criativo Amangelo Prateado, que também é produtor artístico da cantora, o figurino para o show no Lolla 23 também está sendo bem pensado e terá as peças produzidas pelo ateliê no ATM Lab, com sede no Centro Cultural de São Paulo. “A ideia é pensar como a construção da moda passa pela água, rios, plantações e muitas mãos. Também se conscientizar sobre quem são essas pessoas e como podemos valorizar e causar menos impactos ao meio ambiente tudo isso enquanto arrasamos nos looks”, comenta Brisa.

Trazendo uma banda formada por Ian Wapichana (voz e violão), Vênus Garland (teclado), Beatriz Lima (baixo), Victor Prado (trompa) e Pitee Batelares (bateria), o setlist do show fará uma mistura entre o rap e cantos ancestrais com o jazz, eletrônica e neo/soul, reunindo faixas do disco Janequeo, além de arranjos inéditos para faixas como Camburi, Making Luv, Besitos, Etnocídio e Marrona Libre.

Utilizando diferentes linguagens visuais e tecnológicas para discutir temáticas ligadas às periferias, apagamentos históricos e culturais, e o direito à cidade, a projeção visual no telão da apresentação contará com artes de Ge Viana, Bonikta e Coletivo Coletores. “Queremos falar de amor, fazer música e arte que move, transforma e chama o público para se envolver junto”, completa a artista indígena.

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