Diomedes Chinaski divulga nota sobre acusações de sexo e drogas que recebeu de adolescente

O rapper está sendo acusado de perseguição, assédio, agressão e de oferecer drogas para uma jovem.

No último domingo (18), noticiamos sobre as acusações que o rapper Diomedes Chinaski recebeu de uma jovem no Twitter. Na noite do dia 15, a jovem, de 17 anos, deu um depoimento através de sua rede social, contando o que já havia passado com o rapper (mesmo eles nunca tendo um caso).

Os relatos pessoais oferecido pela suposta vítima, que usa os nomes @demoniaruiva e Libertina no Twitter, são de perseguição, abuso psicológico e assédio, mas durante seu relato, ela ainda disse que o rapper já teria agredido fisicamente uma ex-mulher. Erika Naize, ex-esposa do rapper negou que Diomedes a tenha agredido no passado.

O depoimento da jovem serviu de brecha para outras mulheres sentirem coragem de expor seus casos com o rapper. Uma mulher contou que ele já teria bancado o ‘estilo cafetão’, em um show no Rio de Janeiro que ela havia trabalhado de graça, e outra disse que Diomedes se aproximava dela em shows, até passar a mão em sua perna.

Em conversa com nossa reportagem, a jovem fez acusações ainda mais graves ao dizer que Diomedes lhe ofereceu drogas e sexo. A garota decidiu revelar alguns prints para comprovar a sua historia e revelou mais alguns detalhes em um depoimento exclusivo, que você pode ver aqui.

Na ocasião, nossa reportagem entrou em contato com a equipe de Diomedes Chinaski. A assessoria de imprensa do rapper, prometeu que uma nota sobre o assunto seria divulgada. Agora, acabamos de receber a nota que traz o depoimento de Diomedes sobre a maioria das acusações que foram feitas contra ele. Nela, o artista assume seu comportamento inapropriado em alguns casos no passado e afirma que ele trabalha muito para ser uma pessoa melhor.

Confira a nota completa e na integra abaixo.

“No decorrer na minha vida, nunca neguei pra ninguém que já fui/sou machista e misógino, como todos os homens que conheço. Eu nasci inserido em um contexto social onde não consigo imaginar como poderia ter sido diferente. Eu já me deslumbrei e já flertei e me envolvi com um número incontável de fãs, já conversei assuntos eróticos com elas, mas sempre baseado na reciprocidade. Cheguei a um nível de esgotamento sexual, físico, moral, espiritual e mental. Hoje em dia, não me vejo mais dessa forma. Eu já confundi elogio com flerte, o que dói demais quando vc percebe que foi um otário e ela só estava sendo gentil (creio que todo homem já cometeu esse tipo erro), mas venho buscando minha melhora pessoal, tentando me afastar dos excessos e vícios para focar no trabalho. Sinto na alma as vezes que fui desagradável e via as mulheres como um objeto sexual, como todos os homens que conheço me ensinaram a ser, o que não é justificativa, pois tenho poder de decisão.

Alguns relatos recentes postados em rede social me fizeram repensar mais uma vez minhas posturas do passado. É mérito das mulheres e do movimento feminista, como já reconheci em outros momentos, a nossa tentativa, ainda muito lenta, de desconstrução. Sem querer tirar minha responsabilidade, eu era um jovem que nunca teve nada e se deslumbrou quando a “fama” começou a chegar. E cometi muitos erros. Erros dos quais me arrependo, mas que fazem parte da trajetória da minha vida e que não tenho mais como apagar. Eu luto diariamente e eu olho pra mim e sinto que tô longe da perfeição, mas eu busco minha melhora a cada dia. Hoje, converso com mulheres que me conhecem há anos, que nunca passaram pano, mas percebem o quanto tenho buscado essa evolução. E eu não quero porra de um biscoito não, pois é algo que preciso fazer por mim. Mudança que almejo e busco. Pelas mulheres que gostam e acompanham meu trabalho também.

Mesmo reconhecendo o quão babaca posso ter sido em algum momento da minha vida com alguma mulher, não vou assumir o que não fiz. Alguns prints que foram publicadas pelo portal “Rap Mais” mostram trechos de uma conversa, que só aconteceu dentro de um contexto de reciprocidade. Não teria coragem de vim aqui dizer que nunca fui inconveniente na vida, pois seria hipocrisia. Mas nunca persegui ninguém nem ofereci dinheiro. Sobre a suposta agressão à minha ex, também exposta por uma pessoa que não conhece nada sobre a minha vida pessoal, já foi desmentida pela própria. Mesmo assim, até hoje, lido com críticas por causa de algo que não aconteceu. Já senti vergonha, tristeza, já tive e tenho depressão e pensamentos suicidas. Às vezes, pensava em expor isso, mas achava que iria piorar já que na internet tem muitos juízes prontos para condenar. É difícil para um homem admitir os problemas que tem. Me sinto muito triste se causo ou causei decepção às pessoas que me amam admitindo tudo isso, mas ao mesmo tempo me sinto aliviado de poder falar. Sou uma pessoa que, como todo mundo, comete ou já cometeu erros.

Quero me retratar com todas as mulheres com as quais eu me comportei de forma inadequada na vida real ou virtual e espero, um dia, merecer perdão. Mas também vou acionar a Justiça disposto a pagar por qualquer coisa que eu tiver realmente feito e de ir até o fim juridicamente contra tudo que não procede e que tenho como provar.

Referente ao show no Rio de Janeiro, minha equipe e eu, estamos surpresos com o comentário, vindo por parte de uma pessoa que admiramos e sempre tivemos um contato amigável e recíproco. A ajuda na divulgação do evento, foi acordada de forma profissional. Onde a mesma sempre se colocou muito satisfeita em somar com uma produtora do nordeste e gerenciada por mulheres. Onde a mesma foi recebida pela minha produtora, onde curtiu o show ao lado dela. Estive o tempo todo no camarim. Onde poucas pessoas, passaram por lá. Temos a cobertura, realizada pelo polifonia periférica que relata meu comportamento no dia do evento, em vídeo e matéria: “Poucas palavras com o público, semblante fechado, mas energia de sobra ao cuspir suas barras venenosas” Onde depois do show, fui para o Bar da Cachaça, na Lapa. Com minha equipe e amigos que tenho no local” no mesmo dia retornei pra São Paulo.

Agosto 2019,
João Victtor.”

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