Marcelo D2 subiu ao palco do festival João Rock no último dia 8 em Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, e levou a característica mistura de samba e música de terreiro, contando com a participação especial de Djongae apresentando, juntos, suas vivências.
Comentando sobre a performance nos bastidores conforme informado pelo jornal Metrópoles, eles destacaram que carregar a bandeira das religiões de matrizes africanas ainda é um desafio, entretanto, enxergam a mudança com otimismo em relação ao passado.
“A gente pode ver o copo meio cheio ou meio vazio. Hoje, pelo menos, a gente tem voz para chegar no João Rock e tocar tambor. Há quarenta anos atrás era mais difícil, hoje a gente tem força para lutar. Nossos antepassados sofreram muito com isso, eles carregaram e trouxeram a gente até aqui”, conta o artista carioca.
Fotos: Reprodução/Instagram
“Acho que é um privilégio nosso estar aqui tocando tambor”, acrescenta o autor de “A Procura da Batida Perfeita“. O rapper mineiro, por sua vez, relata que os terreiros fazem parte de sua rotina. “É uma parada natural nossa”, inicia.
Na sequência, Djonga ressalta a naturalidade. “Não é aquela parada de ser só um protesto; é real, é a nossa vida. ‘Por que você está trazendo isso?’ Porque eu vivo. É mais natural do que parece”, afirma. Dono de sucessos como “Leal” e “Olho de Tigre“, ele abordou ainda as mudanças de estilos ao longo da carreira.
Em seguida, cita pontos positivos e negativos. “É bom [chegar a esse patamar], mas é difícil porque fica todo mundo me xingando. Sempre que eu mudo a rapaziada fica me xingando. É dahora porque, tipo, quando a galera me xinga, é quando eu percebo que eu consegui realmente que a mudança fosse substancial”, conta.
“Se ninguém falar nada, é porque só eu que mudei. Então, assim, é difícil; mas é muito dahora. E é algo que esse cara aqui [Marcelo D2] fez a vida toda. Agora ele foi do rock para o samba, por exemplo”, conclui o fundador do selo musical A Quadrilha.