O futuro é agora.

O mercado clandestino de produtos “segunda linha” é rápido e detalhista. Há cópias de marcas como Nike, Jordan e Adidas quase imperceptíveis. Até agora, a descoberta sobre a autenticidade do produto depende muito do olho de quem vê. Uma startup de Nova York, porém, desenvolveu uma inteligência artificial que consegue averiguar se o tênis é ou não original de fábrica.

A empresa Entrupy criou uma caixa com oito câmeras que capturam imagens de vários ângulos dos tênis. Uma inteligência artificial analisa as fotos e anuncia se o modelo é falso ou original. O protótipo, por enquanto, detecta modelos altamente falsificados, como os Air Jordan e os Yeezy. Em um futuro próximo, os criadores prometem adicionar novas marcas e modelos.

Os desenvolvedores estão sentados em uma mina de ouro. As empresas especializadas na revenda de calçados também têm interesse. Um estudo da consultoria americana Cowen & Co. calculou que o mercado de revenda de tênis deve alcançar 6 bilhões de dólares até 2025.

Não é incomum que tênis sejam revendidos por preços mais caros logo após o lançamento, como acontece no Brasil e em vários países do mundo. Ao mesmo tempo, cresce o mercado “paralelo” de réplicas piratas vendidas como se fossem originais, o que não agrada às plataformas de venda de usados online.

Um exemplo: o eBay precisou investir em um software para detectar a veracidade de peças de luxo anunciadas no site, como modelos Louis Vuitton. A venda de produtos falsificiados tão fiéis aos reais é tão intenso que gerou até um termo próprio: o ‘fake flex’, ou pessoas que vestem reproduções e sabem da falsificação.