Os dois lados da moeda! Entenda a bipolaridade do Rap

Escrito por Fellipe Santos 05/05/2018 às 17:15

Foto: Divulgação

J.Cole libera seu novo Álbum K.O.D e a critica já esta na capa ao mostrar crianças se drogando, o rapper usa todo o contexto do disco para expressar certa chateação com o rap na atualidade. Dinheiro e drogas parecem ser o único tema, guiando jovens para carreiras fracassadas e adolescentes que nem sóbrios conseguem ficar para tomar um rumo. Enquanto isso temos Takeoff do Migos, considerado doutor pelas inúmeras drogas que vende, Lil Pump distribuindo lean, entre outros nomes. Depois do Blackout faz uma analise do Rap e sua cultura que parece indecisa.

Se você ouve Favela Vive e ama um 21 Savage, é bom parar e pensar um pouco. Algumas horas Rap esta na defesa da minoria, implora paz nas quebradas, fala da violência policial e de como “Todo preto só que ar fresco, família perto e lugar seguro”. É em outros casos é agressivo, fala da venda de drogas, da troca de tiros e de pouca paciência das ruas. Temos os “caras” rimando estranho, repetindo palavras e usando marcas e temos os “coroas”, falando sério, usando referencias e criticando. O hip-hop já foi falado aqui como uma mistura de tudo isso, das mulheres, do amor, das drogas, da luta, mas as vezes ainda é preciso lembrar que isso tudo faz o rap. Mas não necessariamente te faz.

O mesmo gênero aponta a luta contra o sistema, se revolta contra o estado e ajuda a minoria, outrora falado dinheiro como se fosse a única meta. É preciso consciência do que se escuta e do que se defende. Os artistas muitas vezes se vendem, começam de um lado e atingem outros, poucos conseguem viver nesse cara ou coroa que da dinheiro e trabalhos incríveis. Outros parecem apenas sem opinião, algo muito necessário pro Rap. Ou será que não?

Não se pode rimar as letras mais românticas mas ser violento com as mulheres, não se pode falar das marcas só pelo patrocínio, a violência esta ai mas nem sempre é obrigado a participar dela. A realidade pode ser interpretada de formas diferentes, cabe a quem canta saber o que sai da sua boca. Nem sempre precisamos mesmo escolher lados, mas manter a consciência que as coisas estão sempre mudando e não são letras de rappers que fazem sua historia, mas sim sua história que influencia o rap.

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