Estudantes protestaram contra o acontecimento de injúria racial.
Nesta quinta-feira (15), alunos da Escola Estadual Sandoval Soares de Azevedo, em Ibirité, na região metropolitana de Belo Horizonte, e membros de movimentos estudantis fizeram uma manifestação antirracista após a secretaria da unidade não permitir a entrada de alunos pretos que utilizavam durag e, além disso, recolheu.
Em uma entrevista cedida a jornalista Luísa Marques para o portal Itatiaia, um aluno desabafa e rebate a situação, explicando os valores culturais do acessório. “São coisas que desmoralizam e desmotivam qualquer um dentro da instituição. Aconteceu com meu amigo que é uma pessoa negra e que tem a cultura afrodescendente. Ele usa durag e turbante, que fazem parte da cultura dele. A direção da escola notificou que era proibido o uso desses adereços na instituição. Ele disse que não iria tirar pois não era apenas adereço. Ele usa por ter um valor cultural, mas uma funcionária foi lá e arrancou a durag e guardou na sala”, disse o aluno protestante Samuel Cardoso, de 18 anos.
O caso de impedição do uso também foi refletido e questionado por Sara Soares, integrante do Coletivo Juntos. “Se uma estudante fosse muçulmana e tivesse que usar seu hijab, teria que ser respeitada. Por que não respeitam a cultura negra em um país que sofreu tanto apagamento histórico e silenciamento de uma juventude e do povo negro em geral?”
Em meio aos gritos de “durag fica, racismo sai”, a direção da escola intimidou os estudantes que faziam o protesto através de tentativas de conversa sem a presença de responsáveis maiores de idade, até o momento em que uma viatura policial foi acionada.
“A diretora foi bem rude e autoritária. Ela foi bem desrespeitosa com minha amiga que estava lá para ajudar a gente no movimento […] Eu não tratei nenhum servidor da escola com desrespeito e me senti desvalorizado”, detalhou Samuel.