BK’ fez história na Apoteose.
No sábado (26), a Praça da Apoteose, no Rio de Janeiro, foi tomada por mais de 25 mil pessoas para viver um marco: a estreia do Festival Gigantes, idealizado por BK’. Mais do que uma sequência de shows, o evento se tornou um manifesto coletivo, de autonomia, de força e de criação de novos caminhos para a cena urbana. Realizar um festival dessa magnitude não é apenas sobre música: é sobre disputar espaço e construir narrativa. Muito antes do palco se erguer, BK’ já falava desse sonho em faixas como Porcentos 2. Neste fim de semana, o desejo se tornou realidade: o rapper não só cantou em seu próprio evento, ele o criou, produziu e liderou.
Gigantes não foi palco de nostalgia. A apresentação de DLRE, por exemplo, marcou a estreia pública da nova fase artística de BK’, com arranjos elaborados, sonoridade instrumentalizada e coragem de não depender dos hits antigos. Ele não quis repetir o passado: quis anunciar o futuro. O mesmo valeu para artistas como Fye, que apresentou um show com segurança, repertório atualizado e mostrou estar pronto para carregar o peso da nova geração do rap. A Apoteose viu um artista em amadurecimento, já posicionado, não apenas promissor, mas pronto.
Como todo evento de grande porte, Gigantes teve desafios. O fluxo de saída gerou desconforto, e houve filas nos banheiros. Mas a estrutura geral, liderada pela Coala Music, garantiu qualidade de som, luz, agilidade nos bares e segurança, provando que é possível fazer rap em escala nacional com excelência. O que brilhou também foi a curadoria. Ao misturar gerações, estéticas, regiões e vivências, o festival desenhou uma narrativa coletiva: do rap como ponte entre quem abriu caminhos e quem está começando a trilhar os seus.
No Gigantes, os encontros foram tão importantes quanto os shows. Cada abraço, cada feat, cada fala dividida no palco reafirmou: o rap é forte porque é coletivo. E quando o mercado fecha portas, a gente constrói o próprio território. BK’ não esperou convite. Ergueu seu palco, juntou os seus e entregou um dos maiores festivais de rap que o Brasil já viu.
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