Flacko opinou sobre a polêmica forma de consumo do público nacional.
Em entrevista ao podcast Fala Levado no início deste mês, Flacko comentou sobre as diferenças que observa entre o público do hip-hop brasileiro e o internacional. Segundo ele, os fãs da cultura nacional falha não buscar entender aquilo que está consumindo e dando uma importância desnecessária ao que é irrelevante, acarretando numa entrega de bens ao que não deveria, tirando as oportunidades e relevância do que seria necessário.
“Não é querendo escrotizar o bagulho, mas o público br é leigo, primeiramente. Não vou dizer que é todo mundo, mas maioria que escuta trap hoje em dia, não sabe o que é trap. Sabe nem o que é hip-hop. Não sabe nem de onde que veio o hip-hop. Esse bagulho conta muito, porque a geração que nós estamos, uma criança de cinco, dez anos pode te cancelar, que parada é essa? Tipo, o público daqui do Brasil é muito leigo em relação ao público lá de fora, que eu já fui pra lá e geral é muito maduro, só sobe [pro mainstream] quem tem que subir mesmo, quem é real mesmo”, disse o artista.
Muito se discute sobre o que recebe atenção e fama na cena nacional, mas acontece que é algo além do público, que é controlado por grandes massas e indústrias dos brancos e ricos, diferentemente de como é viabilizado na gringa. Por aqui, é feita toda uma moldura de consumo e daqueles que estarão circulando entre o mainstream, para que o controle financeiro e midiático continue entre os favorecidos.
Flacko é natural da cidade do Rio de Janeiro e foi um dos responsáveis pela renovação e ascensão do rap do Estado. Ao lado de Daddy, Borges e Thouney, formou o NGC, coletivo que marcou a chegada da nova geração. Focando na carreira solo, o rapper trouxe em 2020 seu primeiro disco, Filho Pródigo, com 17 faixas que acumulam milhões de visualizações nas plataformas de streaming musical.
Confira a fala na íntegra:
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