Hélião conta história da mulher da intro da música “No Brooklyn” de Sabotage

Escrito por Felipe 06/04/2020 às 22:09

Foto: Divulgação
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Helião finalmente contou a história por traz da voz da mulher.

Estamos em quarentena e não temos muito mais o que fazer do que ficar em casa até a pandemia do coronavírus passar. Felizmente temos a internet para passarmos um pouco desse tempo, ainda mais quando diversos artistas estão fazendo lives com shows e interagindo com seus fãs de alguma forma. Agora foi a vez do rapper Helião, que teve uma forte ligação com o rapper Sabotage, que foi tragicamente assassinado. O rapper relembrou de alguns dos bons momentos que viveu com o artista, e revelou a história por trás da mulher misteriosa que faz os vocais da introdução da música “No Brookln”.

Hélião conta que a faixa foi gravada em uma sessão de gravação do álbum “Rap é Compromisso” e no mesmo dia que encontraram a mulher. “Lembro num dia que estava fazendo a caminhada com @sabotageoficial , a noite, da Av Paulista pro Estúdio. Estávamos gravando o CD ‘Rap é Compromisso’. Era engraçado porque ele andava muito rápido, dizia ’Ninguém anda mais rápido que eu, Jhou!’” explica.

O rapper continua: “A gente fazia altas caminhadas. Então avistei do outro lado da rua uma pequena barraca de incensos. Era mais um caixote de feira com uma mulher humilde aparentando uns 36 anos e alguns incensos em cima do caixote. Falei pra ele; ‘Vamos comprar um incenso?’ Ele disse;‘Vamos!’. Os caras reclamavam da fumaça da erva no estúdio. Colamos na moça pra comprar o incenso e conversando com ela, notei o sotaque diferenciado, bacana de ouvir, chamei ele de canto e disse; —’Negão, você notou o sotaque dela, que da hora? Já pensou ela falando desse jeito em alguma música?’. Ele brisou na ideia, como sempre, sintonia total.” diz Helião.

O rapper revela que eles conversaram com a mulher e levaram ela para o estúdio dali mesmo. “Peguei metade da barraca joguei nas costas, Sabota pegou a outra metade e seguimos conversando com ela rumo ao estúdio. Chegando lá, notei que ela era bem loka. Fumou, bebeu, conversou e deu umas risadas, os caras já estavam no estúdio, sempre uma pá de cara, pesado. Sentei, bem loko também (ainda fumava), via tudo em câmera lenta, quem não me conhecia achava que eu estava chapando, de boca aberta olhando pro além. Era eu, com a mente a mil. Peguei o caderno e escrevi essa intro para a música ‘No Brooklin’. A maioria dos refrões escrevi assim, porque @danielganjaman_ , @zegon e @tejodamasceno apresentavam o sampler e seguindo a melodia eu escrevia. Não é como hoje, gravar um Cd pra estudar em casa, na verdade acho que os produtores nem confiavam da gente levar coisas gravadas do estúdio, éramos bem loucos, acho que os caras nunca tinham visto isso. Entrei no aquário de gravação com a moça e orientei como deveria gravar, ela gravou. Ficou da hora, todos gostaram. Ela ficou radiante, disse que nunca participara de uma gravação. Nunca mais vi essa moça, nem lembro o nome dela.Foi um grande aprendizado gravar esse Cd, os produtores eram bons, o Rap ainda não tinha esse tratamento, músicos e tal. Nunca vou esquecer, cada música tem uma história. Eu ajudei o Sabota, mas ele acrescentou muito em minha vida também. O bagulho foi de verdade”.

Veja abaixo.

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