Homem vestido de Ku Klux Klan que encenou enforcamento de homem negro é indiciado pela Polícia Civil no Rio Grande do Sul

Escrito por Fellipe Santos 28/05/2021 às 06:29

Foto: Divulgação

Dois homens estão sendo acusados de crime racial.

Em Abril noticiamos que um homem vestido com roupas da Ku Klux Klan e com bonecos enforcado em uma arvora estava fazendo um discurso em Porto Alegre durante manifestação em apoio ao presidente Jair Bolsonaro. O assunto viralizou na internet e agora, segundo consta o site G1, temos informações de que esse homem e mais uma pessoa foram indiciadas. Segundo o site, a polícia enquadrou o ato como crime racial. Os nomes dos envolvidos não foram divulgados pela Polícia, em razão da Lei de Abuso de Autoridade.

A Polícia Civil enquadrou o caso como dolo eventual em um dos artigos da Lei do Crime Racial: “Praticar, induzir ou incitar, pelos meios de comunicação social ou por publicação de qualquer natureza, a discriminação ou preconceito de raça, por religião, etnia ou procedência nacional. Pena: reclusão de um a três anos e multa”.

Um dos indiciados é o homem que vestiu a roupa, e o outro ajudou na organização do ato. Segundo a titular da Delegacia do Combate à Intolerância, Andrea Mattos, eles assumiram a participação, mas negaram que tiveram intenção racista.

“[Eles alegaram que] a cor da túnica não seria branca, que é a cor característica da Klan [a túnica era marrom]. E disseram que o manequim enforcado na árvore estava com uma roupa preta, única exclusivamente para diferenciar da cor marrom. Que a ideia central daquele manequim na verdade representaria o comunismo”, explica a delegada.

No entanto, Testemunhas ouvidas pela polícia, disseram que “a primeira sensação ao ver o vídeo foi de ameaça, receio que esse tipo de coisa virasse moda”, de acordo com a delegada. “Entenderam que a cor da roupa não seria impeditivo para homenagem do grupo supremacista e que as características como capuz pontiagudo, que forma de execução lembrariam, sim, a Ku Klux Klan”, diz.

A denúncia foi feita por representantes da Câmara de Vereadores da Capital e de 11 organizações civis O inquérito foi remetido ao Judiciário nesta sexta. Em caso de condenação, os envolvidos podem pegar de 1 a 3 anos de cadeia, diz a polícia.

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