Investigação de apologia ao crime contra MC Maneirinho e MC Cabelinho é arquivada

Escrito por André Bernardo 16/08/2021 às 14:40

Foto: Divulgação
  • Facebook
  • WhatsApp
  • X (Twitter)
  • ícone de compartilhar

Decisão foi uma vitória para toda a cena da cultura de comunidade

O Ministério Público decidiu pelo arquivamento da investigação de apologia ao crime através da letra da música “Migué”, feita por MC Maneirinho com MC Cabelinho. As informçãos são da assessoria de imprensa de MC Maneirinho. Os funkeiros foram foram intimados em outubro do ano passado e prestaram todos os depoimentos necessários. A decisão do arquivamento foi acolhida no último dia 9, pela juíza Maria Tereza Donatti, do 4° Juizado Especial Criminal do Rio de Janeiro, após parecer da promotora Renata Silvares França Fadel.

Segundo o advogado de Maneirinho, Paulo Joiozo, “a música somente teve a intenção de mostrar a realidade das favelas no Brasil e que a letra não faz menção a nenhum fato criminoso e se restringe a narrar uma situação hipotética e indeterminada”, falou. Em uma carta, o artista comemorou a decisão do arquivamento da investigação.

“Agradeço primeiramente a Deus e depois a todos os artistas que, de alguma forma, nos apoiaram. Tô feliz que esse processo foi arquivado. Tem uma diferença enorme entre quem comete crime e quem fala de um fato. As coisas estão aí… acontecendo… e elas são interpretadas de diversas maneiras. Às vezes, num filme, numa novela, numa série e numa música também. E nada mais justo que quem viveu, viu de perto, e já teve familiares vítimas dessa guerra, ter a liberdade de contar um pouco dessa história. Relatar um fato não é apologia”, exclamou.

Acusados de fazer apologia ao crime em suas músicas, Mc Maneirinho e MC Cabelinho foram intimados em outubro do ano passado e prestaram todos os depoimentos necessários. E a decisão do arquivamento foi acolhida ontem (9), pela Juíza Maria Tereza Donatti após parecer da Promotora Renata Silvares França Fadel.

Maneirinho ainda destaca: “A gente aqui é MC de funk. E o funk nos permite essa liberdade, é nosso, é do gueto. Não tem como a gente falar que a garota de Ipanema é linda e cheia de graça se a gente não nasceu em Ipanema. A gente nasceu lá em cima. Só quem já viveu lá em cima sabe a realidade do nosso dia a dia”.

ícone

Recomendados para você