Foto dos jovens viralizou na tarde de ontem pela diferença de classes e posicionamentos.
Oito jovens que protestaram, de dentro de um ônibus, no Rio de Janeiro, contra apoiadores numa motociata organizada para o presidente Jair Bolsonaro, foram retirados do veículo e revistados por três policiais militares do Batalhão de Choque, isso em menos de dez minutos da manifestação, informou a jornalista Lola Ferreira, do portal Uol, nesta quinta-feira (8).
Pouco antes de ter parado o ônibus, os agentes bloquearam o trânsito da via para a passagem do presidente e do comboio de motos. De acordo com a reportagem, a Polícia Militar não explicou o motivo de apenas esses rapazes terem sido revistados, nem se havia algo que justificasse a abordagem. Na ação, os agentes revistaram alimentos e celulares, verificaram os bolsos das roupas e analisaram o interior dos tênis de dois deles.
Um dos policiais entrou no ônibus e saiu depois de um minuto. Outro retirou todos os alimentos da bolsa de um dos rapazes, como biscoito, leite e arroz. Os agentes também pediram para ver fotos e o conteúdo de mensagens de aplicativos dos celulares.
Sem responder sobre a revista dos passageiros, a corporação informou que, durante a mobilização pró-Bolsonaro, foram detidos “um homem com um celular roubado e outro tentando roubar também um celular”. “Fora isso, a mobilização transcorreu de forma pacífica”, concluiu a nota da corporação.
O que fica evidente é a abordagem racista e preconceituosa por parte dos agentes do Estado à juventude negra que estava apenas protestando contra um governante detestável.
Veja o post abaixo:
A história só acaba quando termina.
Depois de serem fotografados numa imagem que viria a rodar o mundo, um grupo de jovens negros foi retirado do ônibus e revistado pela PM. Celular, mochila, tênis: tudo esmiuçado. Tinha comida e carteira de trabalho. https://t.co/Aj9Zg1ncPZ
— Lola Ferreira (@lolaferreira) September 8, 2022