The Weeknd anuncia que não irá mais trabalhar com H&M depois de publicidade racista

Escrito por Vinicius Prado 08/01/2018 às 18:05

Foto: Divulgação

A empresa de moda Hennes et Mauritz (H&M) gerou uma grande polêmica nos Estados Unidos nos últimos dias, ela publicou uma foto publicitária que lhe rendeu acusações de racismo nas redes sociais, hoje (8) ela retirou a imagem do ar e pediu desculpas.

A foto mostra um menino negro com um casaco de moletom em que se lê “Coolest monkey in the jungle” (O macaco mais legal da selva).

“Quem teve a ideia na @hm de pôr este menino negro com um moletom que diz ‘O macaco mais legal da selva’?”, indignou-se a modelo Stephanie Yeboah no domingo em seu Twitter. “É repugnante…”, acrescentou.

“A imagem foi eliminada de todos os canais da H&M”, assegurou uma porta-voz da marca à AFP. A foto da peça de roupa sozinha ainda pode ser vista na loja on-line.

“Pedimos desculpas aos que puderam se sentir ofendidos”, acrescentou o grupo.

O cantor The Weeknd, que é uma grande estrela das campanhas da grife e inclusive vem fazendo diversas coleções colaborativas com a marca, publicou nas redes sociais que não irá mais se envolver em qualquer parceria com eles. Deixando para trás um contrato multi milionário.

“Acordei esta manhã chocado e envergonhado por esta foto. Estou profundamente ofendido e não trabalharei mais com  …” publicou Weeknd em seu Twitter.

Não é a primeira vez que uma grande marca se encontra nesta situação.

Em 2014, a marca espanhola Zara teve que retirar do mercado uma camiseta infantil de listras com uma estrela amarela bordada, a peça gerou polêmica por sua semelhança com os uniformes dos judeus nos campos de concentração nazistas.

 

Em outubro passado, a marca de perfumaria e cosmética Dove se desculpou por uma publicidade que também foi considerada racista. O anúncio mostrava uma mulher negra que ao tirar a camiseta se transformava em uma mulher branca e ruiva.

Já em 2014, o global Luciano Huck foi severamente criticado após criar a camiseta com os dizeres “Somos Todos Macacos”. O movimento #SomosTodosMacacos, que fez com que celebridades e figuras da política e do esporte postassem fotos segurando bananas, foi uma ação criada para apoiar o jogador Daniel Alves, alvo de racismo em uma partida de futebol.

Porém, para Luciano Huck, o incidente foi uma oportunidade de promover a grife criada por ele, a UseHuck. Fato que gerou revolta nas redes sociais e teve efeito contrario para a marca. A UseHuck voltou a ser alvo de críticas em 2015. O Procon notificou a marca por causa da venda de uma camiseta infantil com a estampa `Vem ni mim que tô facin’, por incitar pedofilia e violência contra crianças e adolescentes.

Luciano Huck, também é dono da grife carioca Reserva, que em fevereiro de 2016 foi acusada de racismo após pendurar manequins negros de cabeça para baixo na vitrine, com os pés amarrados por cordas. A campanha foi montada no Shopping Rio Sul, no Rio de Janeiro, e considerada ofensiva pelo público.

Essa não foi a primeira vez que a empresa se envolveu em polêmicas. Em março de 2015, uma campanha colocou máscaras de veado e macaco no manequim, dizendo que “o preconceito está na sua cabeça”.

Em caso relacionado, em 2013 a rede de lojas Marisa colocou à venda em seu site na internet uma camiseta juvenil com a frase “great rapers tonight” que, na tradução livre para português, significa “ótimos estupradores esta noite”. De acordo com o dicionário de tradução do inglês para o português, a palavra “raper” significa “estuprador”. Contudo, a palavra em inglês “rapist” também quer dizer estuprador em português – e é, inclusive, mais usual do que “raper”.

Em nota, a Marisa disse que foi um “erro de grafia que pode levar ao entendimento de uma frase ofensiva na língua inglesa” e “que determinou a retirada imediata de todas as peças das lojas da marca.”

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