Mulher é presa após reagir a estupro e matar homem em Minas Gerais

Escrito por André Bernardo 08/11/2022 às 23:15

capa barbeira
Foto: Divulgação

O caso ganhou visibilidade após a irmã de Stefanie, Brenda Marques, criar uma conta nas redes sociais em busca de apoio jurídico e financeiro

Um caso bastante repugnante está chocando o Brasil. A barbeira Stefanie Marques Ferreira Candido foi presa pela morte do Jorge Valentim, de 72 na cidade de São Lourenço, no sul de Minas Gerais. Ela foi indiciada pelo homicídio, mas a família afirma que ela apenas se defendeu de um estupro, já que reagiu enquanto o homem tentava beijá-la e passava a mão pelo seu corpo.

Isso tudo aconteceu em 22 de outubro. De acordo do que está constando no boletim de ocorrência, Stefanie foi até a casa do idoso, quando ele tentou agarrá-la com a intenção de forçar “um ato libidinoso ou a própria conjunção carnal”. Quando isso aconteceu eles brigaram fisicamente e o homem e começou a enforcá-lo. Minutos depois, percebeu que ele estava morto.

A barbeira machucou um joelho durante a briga e, então, buscou atendimento médico em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA). Depois, ela voltou até a casa do idoso para buscar algumas roupas e, em seguida, se escondeu no banheiro da barbearia onde trabalhava. No entanto, acabou presa no local.

Em entrevista ao portal UOL, a advogada Amanda Scalisse, que defende Stefanie, disse que ela agiu em legítima defesa e não deveria ter sido presa em flagrante e indiciada pelo homicídio pela Polícia Civil. A prisão foi convertida em preventiva e, desde então, ela segue no presídio de Santa Rita do Sapucaí.

“Infelizmente, esse cenário de relativização da palavra da mulher, seja ela vítima ou acusada, é comum no Judiciário. Nosso papel é lutar para que a Stefanie seja ouvida e para que a Justiça seja feita, pois ela agiu em legítima defesa”, disse a defensora.

Os parentes da barbeira contam que ela, que é natural de Resende, no Rio de Janeiro, se mudou para Minas Gerais para trabalhar como barbeira. Eles fazem uma campanha nas redes sociais para angariar fundos e custear a defesa da mulher que, segundo eles, não tinha antecedentes criminais e apenas se defendeu do estupro.

No Instagram, eles dizem que a mulher é vítima de preconceito. “Sabemos como nossa sociedade trata pessoas negras, pobres, LGBTI e mulheres. Stefanie sempre teve orgulho de dizer que é uma mulher preta, gorda e sapatão”, diz uma das postagem.

Confira o post abaixo:

Recomendados para você