Onipresente, a demonstração da versatilidade de Akilla já em seu álbum de estreia – por @rxdrxgx98

Escrito por Rodrigo Costa 02/12/2022 às 13:45

Foto: Divulgação
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Com o passar do tempo, o avanço da tecnologia vem possibilitando altamente — e por diversos meios — a propagação de ideias e culturas; viabilizando e facilitando, ainda, o consumo do que está sendo feito em qualquer lugar do mundo.

Áquila Sabino, atualmente com 25 anos, nascido e criado em terras capixabas, começou a integrar o hip-hop a partir das batalhas de rima em Vitória, no Espírito Santo.

Para esse álbum de estreia, o artista buscou englobar não apenas aquilo que está no seu convívio, e partiu para o estudo aprofundado de diferentes culturas e países, como Londres (para fazer o Drill) e África (com o Afrobeat).

Os gêneros e ritmos musicais abordados explicam, juntamente à experiência conceitual explorada, a onipresença do projeto. Caminhando conectadamente dentro do Boombap, Trap e Drill, como exemplos; o disco foi matutado pelo seu autor faixa-a-faixa, em cada aspecto.

Contra-capa por: Henzo (@x_halu__)

Via Rádio Freestyle marca a sua presença nas rádios; Pasta Base (com participação de Yunk Vino e Sheldon), a onipresença das drogas (tanto a bebida, quanto a noitada) presentes na vida das pessoas; Forbes, a representação do marketing físico, seguindo e evoluindo a ideia da primeira faixa; Bairro (Interlúdio), uma troca de áudios do artista com o Sain através do WhatsApp, sobre vivências suas; Pelo Bloco, um conflito amoroso; Diamante Negro (com participação do Rod 3030 e BIAB), deixando a briga amoroso de lado e voltando a lembrar dos prazeres da paixão; Carta Pro Stephan, homenagem e visões para o seu filho.

“Tô aqui mas a minha música pode me levar a qualquer lugar do mundo. Posso estar aqui, agora, e uma pessoa lá do outro lado estar me ouvindo.”

O processo do disco foi algo natural e trabalhoso, durando três anos. No momento antes da pandemia pela covid-19, o artista tinha-o pronto e em mãos, mas não pôde lançar devido a problemas com contrato, por burocracia judicial.

Quando finalmente tudo se resolveu e começou a movimentar para colocar o projeto nas ruas, Leonardo Mendes, da High Company — marca também capixaba e que patrocina o Akilla —, percebeu que a capa do mesmo não conversava mais com a atualidade do artista, que, inicialmente, não viu a ideia com bons olhos pela demanda que isso geraria, mas concordou em refazer, porém que seguisse a ideia do céu representando a onipresença imposta no conceito do disco, e a sua cara em destaque.

O videoclipe de Forbes, inclusive, foi gravado no ensaio de fotos para a capa inicial, a partir de uma sugestão do próprio artista em aproveitar o espaço que estavam presentes, que conectava-se totalmente com a temática da faixa.

Na primordial reunião que tiveram para apresentarem as ideias e debaterem sobre a capa do projeto, não obtiveram sucesso. Numa segunda, ainda com bastante dificuldades, uniram a visão sonora puxada para o Afrobeat junto com o pensamento que já tinham em lançar no verão pois combinaria e faria total sentido; surgindo a utopia em criar algo que contivesse a praia, e que objetos ali presentes (como os chapéus de sol) formassem a sua cara. A referência ao So Much Fun do Yung Thug não foi intencional e, num certo momento, até temida pelo Akilla, com o receio que fosse entendido como cópia e não referência.

Foto por: Daniel Eduardo

Junto à criação do álbum, algo também muito importante e que mudaria a vida do artista acontecia em paralelo: a chegada do seu primeiro filho, Stephan, atualmente com 2 anos. O nome é em homenagem ao Sain, devido ao Akilla ser um grande admirador do rapper desde os tempos de Start Rap (grupo do carioca ao lado do Faruck e Qxó, desde 2007). Inclusive, o pequeno Stephan recebeu a aceitação de seu xará, Stephan Peixoto, para carregar esse nome. Com o passar do tempo, Sain e Akilla foram se aproximando, e hoje em dia são amigos próximos. Ambos integram a High Company, que estreou sua loja em terras cariocas (mais precisamente em Ipanema) nos últimos meses.

Carta Pro Stephan foi feita na busca do seu pai em homenageá-lo e propor visões adquiridas com as suas experiências, para ser algo que esteja marcado na memória para sempre. “Se eu morrer hoje, os ensinamentos para ele estarão aí, como um manual de vida. Essa foi a forma mais palpável de eternizar a minha presença para o meu filho, e por isso surgiu essa faixa”, conta o artista.

Onipresente ainda tem muito o que apresentar. Alguns videoclipes já saíram (e podem ser conferidos no canal do YouTube de Akilla) e outros estão para sair, como o de Diamante Negro, que é Afrobeat e encaixa perfeitamente com a vibe do verão. A faixa conta com a participação de uma das artistas que Áquila Sabino mais admira, BIAB: “ela é muito foda, tem uma participação no Collors incrível. Acho que ela merece mais atenção no Rio de Janeiro e além, no Brasil inteiro”.

Além dos clipes, tem mais por vir. Exclusivamente, foi revelado que Onipresente não é curto como parece ser. Na verdade, apesar das sete até então lançadas, o disco tem quatorze faixas. Essa primeira parte foi selecionada e lançada porque, caso não fosse assim, ficaria inviável do projeto sair, visto que tinham um pequeno período de vinte dias entre pós-eleição e pré-copa para lançá-lo.

A ideia foi apresentada pelo Felipe Artioli, engenheiro de áudio responsável pelo álbum. Para essa primeira parte, escolheram as músicas mais quentes e que melhor circlulassem no verão.

O segundo volume do disco, com uma nova capa (entretanto, flertando com a primeira) e um conceito atualizado, chegará às ruas assim que o sol e o verão derem um breve adeus, e o inverno chegar. A previsão é dada para março de 2023.

A segunda versão contará com participações bastante interessantes, como a do Sain — numa orgulhosa realização artística para Akilla — na faixa Heróis & Tiranos, num clássico boombap, seguindo o ritmo de Carta Pro Stephan.

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