Os destaques do Rap Nacional em 2023

Escrito por Felipe Mascari 30/12/2023 às 10:56

Capa destaques 2023 Foto: Divulgação
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Confira quais foram os álbuns e artistas que se destacaram em 2023 e as promessas para o próximo ano.

Depois de um 2022 mais tranquilo, o ano de 2023 foi agitado do começo ao fim para o rap nacional. Desde janeiro, várias artistas usaram este ano para criar projetos consistentes e alavancar a carreira, apresentar novas tendências, manter o hype da temporada passada ou até corresponder a expectativa que havia ali sobre alguns nomes.

Em 2023, o mercado da música voltou a ficar aquecido. No ano passado, ainda era possível ver resquícios da pandemia de covid-19, que prejudicou financeiramente os artistas independentes e, consequentemente, na elaboração, execução e planejamento de lançamentos mais robustos.

Ryu, Ogoin e Linguini, Mateus Fazeno Rock

Revelação do Ano

E nada mais justo começar tratando das revelações da cena. Se o ano passado foi responsável por ascender nomes talentosos como Veigh, Puterrier e MC Luanna, 2023 não foi diferente e apresentou novos nomes que devem criar uma carreira consistente, como uma das novas referências do detroit Ryu, The Runner, a dupla mineira Ogoin & Linguini e o talentoso Mateus Fazeno Rock.

Nascido em Vitória da Conquista, na Bahia, Ryu, The Runner conquistou os holofotes muito rápido, após o lançamento do seu primeiro disco, “Essa é a Vida de um Corredor” – que ganhou uma versão deluxe meses depois. Já a dupla mineira Ogoin & Linguini lançou o disco de estreia, “Ogoin & Linguini: TV Show”, que traz como conceito o universo de uma sitcom e fundindo sonoridades dos anos 80 com vertentes rap. Enquanto isso, Mateus Fazeno Rock criou uma das grandes obras de 2023 com “Jesus ñ voltará”, projeto que transita nervosamente entre o rap, o rock alternativo e as percussões e cânticos dos terreiros de umbanda.

Fique de olho em 2024

O RAP MAIS não só destaca o ano de 2023, mas também traz um olhar para 2024 e nomes que podem ascender na cena nacional. Um dos nomes que destacamos como possível revelação para o próximo ano é o rapper Viluje, de Belo Horizonte. O artista mistura ritmos como o rap, o trap, o R&B e o reggae. Com três discos na rua, “7991” (2019); “ÁILOPIN” (2020); e “LUJEVI” (2023), Viluje tem tudo pra conquistar os holofotes no próximo ano.

Outro nome que deve entrar no radar do público é DYLAN. Começando sua carreira aos 18 anos e trilhando seu corre há cinco anos, o rapper foca nos ritmos do trap e R&B e tem como influências artistas como Tim Maia, Wiu e Cassiano. Em 2023, ele lançou apenas duas músicas, mas afirma que tem muito conteúdo guardado para o próximo ano. “Meu maior sonho é um dia fazer a música dar certo pra poder viver disso, e dar uma condição de vida melhor pra minha família”, almeja ele.

Mais um nome de destaque é o rapper Abdel F. Nascido em Camarões, mas consolidando a carreira no Brasil, o artista se inspira em nomes como Lil Tjay, Kodak Black e Lil Durk. A maioria de suas músicas são em inglês, mas isso não impede de se conectar com o público brasileiro, criando canções inspiradoras.

O rapper GK também mais um dos talentos do rap nacional. O artista do Rio de Janeiro, que começou sua trajetória de lançamentos, tem explorado diversas vertentes como o drill, boombap e trap nos seus últimos lançamentos e a expectativa que tenha um ano de 2024 com muita música para ser lançada.

Já o rapper Jovem Cadu fez sua estreia no cenário em 2023, mas você deve ficar de olho no próximo ano. Cria de Resende, no Rio de Janeiro, o artista conta que ficou vários anos moldando o melhor estilo pra sua arte até chegar na sonoridade que almejava. O resultado foi a criação da música “Casa de Trap”, com participação de Shaodree.

Austero destacou-se significativamente na cena como rapper, ator e compositor oriundo de Iguaçu. Iniciando sua carreira com influências de seu avô, ele não apenas consolidou sua presença, mas também contribuiu para o desenvolvimento de artistas locais e independentes nos gêneros de rap, trap, funk e pop nacional.

Além de sua carreira artística, Austero é o fundador da Overbo Estúdio, estabelecida em 2021. O artista participou do projeto da Mansão Maromba em 2022 e desempenhou um papel na série “DNA do Crime”, que atualmente ocupa a posição de destaque mundial na Netflix.

Seu álbum de estreia foi lançado em 2021 e contou com participações especiais de Sotam, Eocross, Faustino, Lilo e Mau Avienn.

 

Capa Zud, Ajuliacosta e Victor Xama

Artistas destaques

Em 2023, vários nomes do rap nacional merecem ser exaltados por perfomances e entregas de muita qualidade. Seja a onipotência da MC Luanna, a ancestralidade resgatada por Marcelo D2, a consistência de Major RD, a grande obra de Victor Xamã e Zudizilla, a reinvenção de FBC, ou a ascensão de Kayblack e Vulgo FK.

Entretanto, três nomes merecem um destaque específico pelo ano de 2023. Um deles é o rapper BK’, que lançou um dos melhores álbuns de 2022 e, neste ano, conseguiu fazer o que poucos artistas conseguem: se manter em alta e em evidência, mesmo um ano depois do lançamento. Além disso, ainda lançou uma mixtape recheada de participações para encerrar o ciclo com chave de ouro.

Outro nome que indiscutivelmente merece destaque é o rapper Veigh. Depois de uma ascensão meteórica em 2022, ele conseguiu subir ainda mais com o lançamento de “Dos Prédios Deluxe” – que estreou em primeiro lugar no Spotify Global. Furando a bolha, alcançando todas as regiões do Brasil e levando outros artistas a replicarem sua estética, Thiago Veigh ainda teve dois dos cinco discos mais ouvidos do ano.

Já o outro destaque deste ano é a rapper Ajuliacosta. A artista de Mogi das Cruzes é hona dos hits “Homens Como Você” e “Não Foi do Nada”, e se reinventou neste ano com o lançamento do álbum “Brutas Amam, Choram e Sentem Raiva”. O trabalho é um dos grandes lançamentos do ano, onde ela apresentou sua melhor versão artística. E essa qualidade foi levada para os palcos, onde Ajuliacosta fez um dos melhores shows do festival CENA 2K e AfroPunk.

Capa Duquesa, FBC e Sain

Álbum destaque

Neste ano de 2023, muitos discos chamaram a atenção, seja pela entrega criativa, a originalidade, o alcance ou por apresentar a melhor versão de cada artista. A rapper Duquesa, por exemplo, entregou uma das obras mais originais do ano em “Taurus”. Já FBC trouxe uma mistura de gêneros jamais antes repetida na cena no disco “O Amor, o Perdão e a Tecnologia Irão Nos Levar Para Outro Planeta”.

O rapper gaúcho Zudizilla deu sequência à sua trilogia de álbuns com o clássico instantâneo “Zulu: Quarta Parede (Vol. 3)”. Já Slipmami esbanjou originalidade em “Malvatrem”, enquanto Sain apresentou sua melhor versão como artista e produtor em “KTT Zoo” e o rapper niLL misturou sua experimentação com conceitualidade em “O Resgate do Maestro”.

Porém, outros três discos merecem ser destacados. O primeiro é o álbum “Garcia”, do rapper Victor Xamã, que mistura diversas sonoridades através de uma produção impecável, com rimas introspectivas e densas que narram a vida do rapper, incluindo refrões e melodias impactantes ao longo da audição.

Outra obra que merece muito destaque é “Um Quebrada Inteligente”, do rapper Kyan e o produtor Mu540. O trabalho é uma execução perfeita da união entre MC e DJ, do funk e o rap. Explorando diferentes estéticas, o disco viaja por elementos de funk, drill e house, mas de um modo original e capaz de furar as mais diversas bolhas da música.

Por fim, outro destaque é o lançamento da Ebony, o disco “Terapia”, produzido por Larinhx. Apesar do nome da rapper carioca ter ganhado destaque com a diss “Espero Que Entendam”, ela lançou um dos melhores trabalhos do ano, que explora o rap, o rock e a música alternativa.

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