Pandemia tirou emprego de 54% dos moradores de favelas no Rio, diz pesquisa

Escrito por André Bernardo 28/09/2021 às 18:32

Foto: Divulgação
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Entre os problemas, o aumento da violência doméstica e a relação do racismo com a depressão também foram apontados pelo estudo

Mais de 54% da população que moram nas favelas da cidade do Rio de Janeiro afirmaram que perderam o emprego durante a pandemia do novo coronavírus. Os dados foram divulgados, nesta segunda-feira (27), pelo coletivo Movimentos, por meio da pesquisa “Coronavírus nas favelas: a desigualdade e o racismo sem máscaras”. Os pesquisadores ouviram 955 pessoas dessas comunidades nas zonas Norte e Oeste da capital fluminense entre setembro e outubro de 2020.

O estudo informa, ainda, que 62% das pessoas nas favelas em questão solicitam o auxílio emergencial, mas somente metade delas (52%) de fato receberam o benefício. O Movimentos salienta que a demora do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para sancionar o auxílio prejudicou a população. Na época, Bolsonaro queria pagar benefício de R$ 200, mas foi vencido pelo Congresso.

“Somente após intensa disputa no Congresso Nacional o governo federal aprovou um auxílio emergencial no valor de 600 reais para autônomos, trabalhadores individuais e microempreendedores”, ressalta o documento.

O documento confirma também uma percepção de diversos atores sociais desde o início da pandemia. O Movimentos afirma que com a falta de políticas públicas e a omissão do Estado, coletivos, ONGs e novas frentes de solidariedade de organizaram em campanhas de arrecadação e distribuição de cestas básicas e kits de higiene nas favelas. “Essas iniciativas fizeram (e continuam fazendo) a diferença na vida de dezenas de milhares de famílias, assumindo um papel que deveria ser do Estado”, aponta a pesquisa.

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