Poemas que Tupac escreveu aos 17 anos revelam sua mente antes da fama

Escrito por Fellipe Santos 30/05/2019 às 12:00

Foto: Divulgação

Poemas manuscritos inéditos de autoria do rapper, de quando ele tinha 17 anos, que oferecem um vislumbre de Shakur antes muitos o conhecerem.

Tupac Shakur é um dos rappers mais influentes de todos os tempos, conhecido por sua lírica progressiva, som impactante, e seu papel ao moldar a direção que o hip-hop seguiria. Apesar de ter falecido em 1996, Shakur continua sendo uma fonte de inspiração e fascínio para o público ao redor do mundo. Poemas manuscritos inéditos de autoria do rapper apareceram por meio da Citizens of Humanity e da primeira agente de Tupac, Leila Steinberg. Os poemas, escritos ao longo de três anos, tendo início quando o rapper tinha apenas 17 anos, oferecem um vislumbre de Shakur antes muitos o conhecerem.

Se você quer entender 2Pac, deixe de lado a ilusão de que há um 2Pac para ser compreendido. Alguns o chamavam de camaleão, mas é melhor tratá-lo como a lanterna mágica do mundo do rap – um veículo para projetar qualquer forma, impecável ao jogar sombras. Ideais revolucionários e niilismo gângster eram artifícios, sinceros e apaixonados, mas passíveis de serem descartados quando chegasse a hora de rodar a próxima cena.

Os primeiros detalhes de sua vida parecem tão predeterminados que daria pra imaginar que vieram de um roteiro de um longa da Disney que conta a história de um garoto que virou rei escrito por Huey Newton. Boa parte da gestação de 2Pac se deu em solidão, enquanto sua mãe aguardava julgamento acusada de conspiração para explodir diversos marcos importantes federais. Seu padrinho era o poderoso dos Panteras Negras, Geronimo Pratt. Ele foi levado ao hip-hop no riquixá de um rei no clipe de “Same Song”, do Digital Underground.

Talvez os poemos nos ajudem a entender melhor uma das mentes mais brilhantes da historia, confira abaixo.

Coisas que Fazem Corações Partirem

Sorrisos bonitos

Risadas enganadoras

E pessoas que sonham de olhos abertos

Crianças solitárias

Clamores sem resposta

E almas que desistiram da esperança

A outra coisa que parte corações

São contos de fadas que nunca se realizam

E pessoas egoístas que mentem para mim

Pessoas egoístas como você

O Sorriso do Cupido II

Fui lá fora para sentir a chuva

E fiquei lá um tempo

Quando acabou a chuva, veio o sol

E este foi o Sorriso do Cupido

Um Amor Tácito

O que falar de um amor tácito? Ele enfraquece sem nome?

Este amor merece existir sem um título?

Porque não ouso partilhar seu nome

Isto me faz cruel e frio?

Negar o mundo de minha salvação

Porque escolhi deixá-lo crescer

As pessoas tendem a engasgar

Diante daquilo que não entendem

Não deveria eu estar cansado

E negar este amor ao homem?

Um amor tácito

Que ninguém nunca conhecerá

Mas este é um amor que perdura

E no sigilo cresce.

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