Poetas no topo 3.2 Letra – Participações Raillow, Xamã, Lk, Choice, Leal, sintese, Ghetto, Lord
Uma realização Pineapple Supply e Brainstorm Estúdio.
Penúltimo capitulo de um dos maiores projetos de Cypher da história do rap nacional, que junta 38 mcs de 8 estados diferentes.
Ficha Técnica
Música – Poetas no Topo 3.2 – Enredo
Poetas no Topo 3.2 Letra – Raillow, Xamã, Lk, Choice, Leal, sintese, Ghetto, Lord
Produção musical – Slim e TH
Mixagem e Masterização – Lucas Malak I Brainstorm Estúdio
Produção Executiva – Paulo Alvarez I Pineapple Supply
Direção – Samukera
Co direção – Paulo Alvarez
Câmera – Marcelo Toscano
Edição/Finalização – Brombini Dois G
Drone – Gabriel Solano
Making of – Ian Miranda
Apoio – Marderua Produtora
[Verso 1: Raillow]
Hã, Outra Lei, assim, ó
East Side, as ruas daqui tão cheirando muvuca
E o que vocês dão valor pra nóis é miséria
E é, é só o que nós usa
Divide e usa, e as sirenes toca e nóis escuta
Passaram mais um, subiu foi mais um
Comércio engrandece, o tráfico lucra
E nas esquinas daqui é sempre a mesma coisa
Outra filha da, hã
Outra filha da pátria, da pólvora
O mundo é dela, menos a culpa
Então me dá um tempo antes que eu surte
E você destrua tudo, e eu pensei em tudo
Então cala a boca e me escuta
E eu voltei pra rua
Pixação, vizinhança, as paranga na blusa
Os menor roubando, forjados, uns rodando
E eles rondando a madruga
E o baile pegando na rua de baixo
A justiça solta e o mal aluga
E ela veio sem receio, com um cigarro nos dedos
E eu selei com um vinho da Rússia
E eu não sabia que o topo era assim
E de onde eu vim eram esquinas sem músicas
Onde lá só tinha problemas
E os poetas vendendo o que te alucina
Quanto vale o show, e quanto custa a vida?
Se não tem palavra, cê não tem saída
Ouvindo o caos com o céu na minha cama e o inferno na esquina
Autoridades desfilam, mercado negro, e o crime domina
Quem é esse neguinho marrento?
Do sorriso branco, cabelo loiro, da voz linda?
Raillow sensação, Raillow é o Mandela
O sono é luxo, o resto é lixo, Itaquera é Palestina
Pra emocionar as princesa e fazer das coroas rainhas
[Verso 2: Xamã]
Aí, olha o que eu sei fazer
Hey Jack, conte pra sua mãe que eu fiz um rap/rock
Tenho andado tão boombap
Dizem que o Xamã canta de Glock
Black, lírica hi-tec, toc, toc
Nunca jante com um vampiro vindo de Woodstock
Robert De Niro é top
Marquin, corre que o helicóptero pousou no teu copo
Parecia ópio ou drogas no cardápio?
Mas se pancar meu flow tu vai parar em Tangamandápio
Um tanto quanto óbvio e inimaginável
Suba até meu nível, eis o meu eu lírico impalpável
Dirigindo métricas de forma irresponsável
Eu quero um Batmóvel no universo Marvel
Gata, eu sou terrível
Transe com meu corpo detestável, assassino os divo
Geral quer ver sangue, eu mato ao vivo
Mãe, matei seu filho, foi inevitável, imperceptível
Sigo inabalável, como Hulk: incrível
Eu vi tudo isso que eu falei num pôr do sol enferrujado na janela de um busão
Liga pro MC Xamã
Quanto tempo eu não te vejo
Meu menor virou teu fã
Raillow tá te mandando um beijo, vai
Liga pro MC Xamã
Quanto tempo eu não te vejo
Meu menor virou teu fã
E Raillow tá te mandando um beijo, vai
Ícaro brotou de asa, ligou W.L, de Civic vaza
O ET tá de (hã) volta pra casa
Meu flow Deadpool te dá asas
1Kilo, Pineapple na fé, tu não quer também, vaza
Brotei lobisomem da terra dos homem que manda na NASA
Samba é a minha reza, preta se enfeza, não me acompanhe
Ô filho da puta, arrombado, não encosta sua mão na minha mãe
Senão te corto em pedaço, te sirvo em um churrasco igual molho acampanha
Não me acompanhe
Nada me apaga, liberdade Rafa Braga, liberdade Rafa Braga
Nada me apaga, liberdade Rafa Braga, liberdade Rafa Braga
[Verso 3: LK]
Se liga agora
Pros marionetes são a corda
Hey, pros inertes são vambora
Antes que se invertam os valores
Tô perdido, então não me segue, não compete
Eu tô em outra, irmão, fé te corta as cordas
O mundo infestado com o mal
E eu tô buscando igualdade
Mas no Brasil justiça são papéis de confete no carnaval
Corpo fechado e a mente aberta, primo
Dô mais um trago e nego as dores pra me manter vivo
Busco equilíbrio que é pra não perder o foco
Os menor dividido na caça do topo e os poetas mortos
Nós chegamos pela margem e dominamo os monitores
Foda-se, tomamo a mídia, então arranca as parabólicas
O choro da coroa, agora o rap deixa minha coroa eufórica
Quer melhor vitória, irmão?
O rap tá bombando, tá bom, bando de hipócrita
Essa porra é Brasil, nossa subversão é expandir a cultura onde o enfoque tá
Mano pode pá, nós somos os cara, não porte AK
E é melhor mais cem mic pros menor do que cem Glock lá
Capta, minha banca é tipo máfia
Não, nunca acreditou em autoridade
Então não explana onde o entoque tá
Cês conhecem o LK
E eu nunca me conheci, eu nunca entendi nada disso aqui
Andei pensando em ir pro Acre
Psicografar 14 livros de rap e depois sumir, fui
[Verso 4: Choice]
Hey, topo do topo, do topo, pela minha favela
Pela minha favela
Caminhando no inferno, eu sou como Orfeu
Ando sem olhar pra trás
Calculando o caminho que Jesus percorreu
Até ver que os humanos não merecem paz
O peso da cruz que carrego, já não causa dor
O desprezo de quem eu amo, já não causa dor
Eu vivo no Purgatório, entre o caos e a dor
Se a vida é filme, fala por que ninguém pausa a dor?
A realidade me pede pra ser contada
Um sinal no céu convoca o Super Hip Hop
Aqui a verdade não vai ser manipulada
Com a desculpa de que é só pra gerar Ibope
Se coloque no lugar da mulher estuprada
Ou do estudante preso, esculachado pela BOPE
Baleia azul da rua é barca passando apagada
Eu sou o Cavalo de Tróia do seu laptop
Uma vez um cara me disse uma hipocrisia
Ele me disse que ser homem era só ter bigode
Acho que é tipo ser pobre e não ter comida em casa
Mas dizer que é milionário dirigindo um Ford
Quem duvidou eu esmaguei tão facilmente
Que liricamente eu ando me sentido um Megazord
O povo vive se iludindo com essa Mega Sena
Acumulada pra ganhar, só tendo mega sorte
Num fode, merecemos mais que Bolsa Família
Ou devo me corrigir para Bolsa Migalha
Tem político acumulando milhão nas ilha
Enquanto uma mãe se humilha e outro pai trabalha
Pra comprar o material escolar da filha
Que na escola não aprende a matéria necessária
A vida é um jogo de cartas, tu não tem escolha
Só que após o fim do jogo a morte é que embaralha
Quero fazer todos os deuses se amarem
Falo tipo reuni-los
Corações sujos como todos esses mares
Falo tipo o Rio Nilo, mano
Topo do topo, do topo, e o meu pai se orgulha
Não me enxerga, mas eu sei que o olho dele brilha
Brilhantes nunca fizeram meu olho brilhar
Por isso eu nunca coloquei o dedo no gatilho
Eu podia ter botado o dedo no gatilho
E com certeza brilhantes iam me rodear
Mas aí o olho do meu pai não teria brilho
E ele não teria nada pra se orgulhar
Topo do topo, do topo, e o meu pai se orgulha
Topo do topo, do topo, pela minha família
[Verso 5 : Leal]
(Poetas no Topo, RJ, SP)
Evolução mental, espiritual
É o que eu necessito pra me sentir vivo
Nunca me disseram que isso ia ser fácil
Mas também não me disseram que ia ser difícil
Duvidaram do que eu posso, era pouco espaço
Eu sempre vivi com pouco, num incomoda isso
Poeta num mundo louco, no meio da escuridão
Provando pro Brasil todo que isso ainda é compromisso
E que isso é sentimento todo mundo sabe
Se não for, se torna inútil
Rap de mensagem, sem massagem
Liberdade de expressão, veículo útil
Eu me sinto fraco, eu me sinto mal
Outra noite longe do meu filho
Se ele não paga eu me sinto um otário
Atrasa lado contrata e dá milho
Se não tem din não faz proposta
É de graça na quebra, nós tá nessa
Poesia, mestre de cerimônia, não animador de festa
O presidente trabalha pra CIA
Tudo que é nosso eles tão tomando
Rap é ritmo e poesia
Eu não sei o que tem a ver com pagar de malandro
E eu não me perco entre palavras, não me afirmo em fantasia
Sou pior que cês esperava, revolução com raiva, anarquia
Eu já sabia que era sem boi, sem dor, sem conquista, nunca foi fácil
Morei em casa, morei em apê, mas no comecinho eu morei no barraco
Eu vesti meus trapo, fui pras batalha
Beco e Santa era de praxe
Bem que minha tia já dizia, desde pequenininho
Que eu era muito novo mas eu só fazia arte
Hoje parte da minha vida, pra isso que eu vivo, incentivo pra quebra
Primeiro é o respeito aqui soltando o verbo
Mas pisando fofo, sem falar merda
[Verso 6: Síntese]
Meu som na caixa um soco, um sopro divino pros louco
Sem a raiz não existe o topo
Perceba que o jogo não é brincadeira se tem vida em jogo
Cultura vive, vivo estou, espírito livre eu sou
Da mata sagrada, hey
Respeita o sotaque, fei
Eu sou daqui, cês que fala engraçado, fei
Em tempo de rap torcida
Escravo do espírito livre na lida
V3: Verso, verdade e vida
Não me comove essa honra fingida
Ando no vale da sombra da vida
E sigo sem máculas
Despressurizei com a presença e caíram-se as máscaras
Ao invés de topo cês merece tapa
E quando eu abrir esse mar cês não passa
O tempo que passa, então faça
Quem te alimenta te pegar pra caça
O ego que expele o veneno minh’alma repele
Gestério eleito, eu fiz de um jeito que nem repararam na cor da minha pele
Célebres malandros fizeram direito
E aprendi direito
Sua força e poder sempre vão ser
Do tamanho do seu respeito
E hoje sujeito que sou
Essência reggae no soul
Já falei uma pá, só que só fingiram escutar, então
Espera a bomba ficar pronta pra ter tempo pra pensar
Vejo um jogo cênico dos moço cômico
Forjando uma brisa, pique esquizofrênico
Cada consciência uma sentença (não esquece)
Aham, mas de onde eu vim a verdade que enlouquece
Arma, fé e fome dos moleque de alma enorme
Babilônia Brasil não é cenário pra sua peça (jamais)
Fecha a cara e vai, carai
Robin Hood desse reino porque humilde o rei num vai virar
Pro arrebento pode ligar
Se morte é falhar
Certeza certeira, faca na caveira
Com amor e ódio na guerra do sonho nós tá pra trocar
Mente maciça que é vinda do Vale
Ponto de vista virando as chave
Da lage de cima com a vista pra Serra
Fogueira Matrera é visita dos alien (ahow)
De São José pra reacender sua fé, irmão
O instinto é um só
Ê fei, vai pensando que tá bão
[Verso 7: Ghetto ZN]
Eu não quero ser cordial
Muito menos chegar nessa porra sendo rude
Que essa mensagem chegue no teu ouvido agora
E que os view dessa porra com grana me ajude
Minha família, minha mãe, minha filha
Todos meus caras aqui sabem que eu sou rabugento, me ature
Não tem frescura, não tem suporte
Não que você se importe, Zona Norte te cure
O vapor rimou, olha só, a morte pra ele abaixou até a foice
Fiz as criança dançar break e fazer grafite, é família Erva Doce
Aula eu já dei, na Lapa eu fui rei
Posso rimar na tua casa ao vivo
Gravo minha parte, tu passa minha parte, tua banca acha foda
Isso que me mantém vivo
Gravando disco em casa com meus manos, sem condição nenhuma
Eu tô aqui, vivão, vivendo
Não é de onda, no fim não vou ser espuma
Não sou Ryu nem Ken, eu tô mais no macete, eu sou Akuma
Rá, filha da puta assuma
Que tu não é rapper só porque tu já bebe e fuma
Os cara com a vida tudo ganha, trocando soco
Aqui troque soco, espere pipoco
Ouça, mano, o que eu tô falando
Eu te agrido na rima pra não agredir com o cano
Camelô de trem, de seis às seis
Atendendo mais de um milhão de freguês
E fui me inspirando em cada pensamento
Separado que eu fiz o freestyle pra vocês
Podre de rima, até os playboy que não entende da vida se anima
Favela no topo, ó quem diria
O lobisomem, Ghetto trilogia
Não sei se eu sou o Venom, Doutor Destino
Sou o Coringa ou o Pablo Escobar?
Mas no momento já me sinto grato em ser o vilão que cês amam odiar
Pineapilei, favela traduziu pra vocês
Como é que eu vou falar inglês se eu nem sei francês?
Voulez-vous fumê, avec moi ce soir?
Jacaré virou Paris, tu canta e nunca foi lá
Podre de rico, quero salvar e não pedir socorro
Obrigado pelas oportunidade, agora é a comemoração
Quando eu voltar, hoje tem churrasco no morro
[Verso 8: Lord]
Foi aqui que eu vi vários cair
Onde tive a chance de me levantar
Foi de baixo, foi eu e o DK, era tudo ou nada
Eu querendo me meter, eles querendo me matar
Eu chorei, ninguém me viu (ninguém me viu)
Gritei, ninguém me ouviu (ninguém me ouviu)
Alcancei milhões e milhões de views
Fiquei bonito, é óbvio
Eu tô no topo da favela, onde o poeta vive
Escrevendo histórias sobre homens mortos
Quer saber qual foi minha vivência no crime?
Não sei quem é pior, os ratos ou os porcos
Porque verme é verme (aham)
E de vocês não tenho medo, eu tenho nojo
Depender de mim vocês não comem nem miojo
Ficou nervoso? Entra um dentro do cu do outro (e vem)
Tipo Sant, um sorriso na foto
É um grito interno
Eu fuzilei uma alcateia de demônios que não morrem
Porque tudo é um inferno
E eu olho a minha volta
E chama, chama, tá tudo em chamas
Tu que tacou fogo nessa porra, Lord?
Escreve teu lamento e lança
Cara feia pra mim é fome
Fome que os menor passa sorrindo
Jogando bola pra esquecer o ronco da barriga
E vocês roncando sem saber o futuro dos seus filhos
Não tenho medo de ameaças
Já passei por várias, sangrei na guerra
Inimigos hoje, choram minha vitória no inferno
Gritando meu nome abafados pela terra
Eu tô voando mais que passarin (hã)
Eu quero bem mais do que camarim (eae)
Bem mais que camarão, salmão, Hennessy
Todas as minas tipo Cameron, querem-me
Um ADL incomoda muita gente
Nosso bonde todo incomoda muito mais
Dica pra quem tá começando, é bem simples
Sigam aqueles que não fala e faz
Senta e olha o flow, aulas
Eu e suas almas, droga nas veias
Água na sede, luz na escuridão
Fechando contas, abrindo cadeias
Tenta contra nós (é a tropa, é o bicho)
Hoje eu te derrubo com voz
Me chame de Lord AK, Lord AK
Corra se tu vê o clã
Trá