As autoridades finalmente dão sua primeira versão do caso Jacob Blake, três dias depois.

Depois de três dias de silêncio, protestos noturnos, tiroteios fatais em um protesto e uma paralisação no mundo dos esportes, os policiais de Wisconsin finalmente ofereceram sua primeira versão sobre o tiroteio de Jacob Blake pela Polícia de Kenosha.

Na quarta-feira à noite, a Divisão de Investigação Criminal do Departamento de Justiça de Wisconsin disse que o incidente resultou de uma disputa doméstica. Os policiais chegaram e tentaram prender Blake, um homem negro de 29 anos, e usaram um Taser em uma tentativa fracassada de detê-lo, disse o DCI. Blake deu a volta em seu veículo, “abriu a porta do motorista e se inclinou para frente”, disse a agência.

O oficial de Kenosha Rusten Sheskey, que está no departamento há sete anos, atirou sete vezes nas costas de Blake, disse a agência. Nenhum outro oficial disparou sua arma. A agência disse que Blake admitiu ter uma faca em sua posse, e os agentes da lei disseram que recuperaram uma faca do veículo de Blake.

O comunicado é a primeira versão policial oficial dos eventos, mas ainda deixa grandes lacunas em sua linha do tempo e apenas os contornos de uma explicação. Não indica por que a polícia agiu para prender Blake, se ele brandiu ou ameaçou usar a faca, ou por que Sheskey atirou tantas vezes nas costas de Blake, e não menciona seus filhos no veículo ou outros membros da família parados a poucos metros de distância.

A versão policial dos eventos foi divulgada após protestos noturnos em Kenosha, pedindo transparência policial e contra a violência policial. Na quarta-feira, um jovem de 17 anos foi preso e acusado de homicídio doloso de primeiro grau por seu suposto papel em um tiroteio na noite anterior em que duas pessoas em um protesto foram mortas e uma terceira ficou gravemente ferida, disseram as autoridades.

Blake continua internado em estado grave e, segundo seu advogado, seria uma milagre ele voltar a andar um dia.