Polícia investiga racismo contra Seu Jorge em show em Porto Alegre

Foto: Netflix/Reprodução

Seu Jorge inclusive fez um forte discurso contra a atitude de parte do público.

Na última sexta-feira (14), o cantor Seu Jorge sofreu ataques racistas enquanto fazia um show no clube Grêmio Náutico União, em Porto Alegre. Em meio à situação, a Polícia Civil está investigando o caso para tomar as devidas medidas. O caso ganhou notoriedade nas redes sociais durante o fim de semana. Relatos alertaram que pessoas imitavam sons de macacos. Além disso, em um depoimento, gritos de “vagabundo” e “safado” também foram ouvidos.

Por meio da Delegacia de Polícia de Combate à Intolerância (DPCI), do Departamento Estadual de Proteção aos Grupos Vulneráveis (DPGV), os policiais tentam entender o que aconteceu no show do artista. Até o momento, os investigadores da DPCI analisam o vídeo em que parte da plateia aparece chamando o cantor de macaco. Ainda hoje, serão solicitadas imagens de câmeras de segurança do clube.

No decorrer da semana, a Polícia Civil pretende ouvir testemunhas. Como informaram as autoridades responsáveis pelo caso, a vítima seria o próprio cantor Seu Jorge. No entanto, o crime de racismo repousa sobre uma coletividade indeterminada e está previsto no artigo 20 da Lei 7716/89, independe de representação da vítima.

Seu Jorge criticou as propostas sobre a redução da maioridade penal e, segundo a testemunha, argumentara a importância do preto ter um lugar na sociedade. Antes, recitara “Negro Drama”, música do grupo Racionais MC’s que trata da dureza da vida da juventude negra na periferia. “Não foi um discurso partidário, apenas antirracista”, disse.

Quando se apagaram as luzes, no fim da apresentação e o bis costumeiro, começaram os gritos de “Uh, Uh, Uh” e os xingamentos de “negro vagabundo”, “preguiçoso” e outros.

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