O Rap e o Funk cada vez mais unidos

Escrito por Fellipe Santos 28/04/2018 às 16:30

Foto: Divulgação

Mc lan anuncia projeto de rap, MC Igu libera “Ponto do Mozart”, B.o.B fala até português em Coello, até future se jogam em Bum bum tam tam, o quão misturado está o rap e o funk? Quais as semelhanças e diferenças? As parcerias são positivas? A junção pode combinar em uma hora, mas pode estragar em outra, as ideias nem sempre são as mesmas e nem todo mundo é um bom MC

 Nos últimos tempos temos nos deparado com uma união forte entre o rap e o funk, desde MC Davi e Costa Gold (mesmo que não tenha sido hit) as coisas só melhoraram pra quem gosta da junção. WCnoBeat não se controlou a ver tantos MC´s e soltou um projeto só disso, mas o quão longe são esses universos? Nem tanto assim, no Brasil o funk e o rap andam bem próximos, por volta dos 90 a mensagem era a de critica social. Evidenciavam a vida na favela, mostravam as vontades e a desigualdade social, mas claro que com o passar do tempo as coisas mudaram ? Nem tanto! O funk proibidão veio com força, o crime organizado era representado, letras sobre os fora da lei, drogas e sexo também reforçados assim como no rap. Gangues, drogas e sexo. Mais uma vez, o tempo muda os dois lados da historia, temos o funk ostentação, não tão diferente do trap.  Dentes de ouro, carros extremamente valiosos, paisagens e bebidas caras.
Não que toda mensagem tenha sido perdida. O clássico funk da critica social e sonho da quebrada ainda existe, assim como o hip-hop clássico.

 

Nascidos na periferia, se espalhando rápido, mudando vidas e conceitos, o rap e o funk são mais parecidos do que parecem. Se eu tivesse que pontuar diferença seria o impacto. O rap pode sim falar de futilidades, mas seu foco ainda é mantido e muitos são cobrados quando fazem do rap uma piada. A cultura do hip-hop pode enaltecer as mulheres, mas diferente do funk, cultura do estupro, tratamento sujo e violento não é aceitável. Claro, infelizmente existem casos, letras e as coisas não são flores pro hip-hop, mas dando outro exemplo, a luta contra o racismo, posicionamento político, referências diversas, isso nunca fica faltando no Rap.  De um lado Tropa do R7, do outro Favela Vive. MC Kekel e MC rita ou Froid e Cynthia luz,  MC livinho e Raffa Moreira, são lados que tem muito em comum e muito pra trocar.

A depois do Blackout deixa a dica de valorização dos dois, Rap e Funk. O flow do bonde da juju pra Recayd, a qualidade do flow do MC Lan (que promete esse ano) podem sim andar juntos. O rap tem muito pra pegar do funk e o funk pode aprender muito com o Hip-Hop, o que importa aqui é que a periferia tem lugar. A musica no brasil ta cada dia maior e melhor, tem espaço pra muitos e precisa ser sempre assim, de apoio, sem prejudicar ninguém e mostrando a força dos MC´s.

 

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