Rapper Ebony levanta discussão após afirmar ser a ‘primeira mulher a fazer Rap e Trap sujo no Brasil’

Polêmica iniciada por Ebony fez com que internautas mencionassem os nomes de diversas outras rappers que se encaixam no requisito.

Por meio de um vídeo publicado no TikTok, Ebony comenta sobre uma declaração sua através de transmissão ao vivo no Instagram abordando sua própria carreira e afirmando ser a “primeira mulher a fazer rap e trap sujo no Brasil”, causando polêmica.

“Não aguento mais ter que sofrer pela desinformação dos outros e pelo fato das outras pessoas serem burras e não gostarem de pesquisar as coisas que elas afirmam gostar tanto. […] A galera tirou isso de contexto como se eu tivesse, tipo assim, não sei, porque só tô dizendo a verdade”, diz a rapper.

Em seguida, a dona de hits como “Espero Que Entendam” cita um exemplo: “Não sei se vocês sabem, mas, em 2019, o Spotify Brasil estava fazendo um documentário de rap no Brasil, de trap – especificamente de trap -, e eles me chamaram e falaram: ‘cara, ainda bem que você apareceu nesses últimos meses'”.

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Fotos: Reprodução

“‘A gente tava procurando muito uma mulher pra colocar e não tinha uma mulher que fizesse rap dessa forma suja, que fala palavrão, que pode ser equiparável a como os homens fazem, que traz essa cultura, né, do funk sujo carioca – que é de onde eu sou – pro rap… Não tinha!’. Isso quem disse foi o Spotify”, ressalta a artista.

Dando sequência, Ebony relata que, inclusive, esse foi o motivo por qual iniciou a carreira. “Não tinha, e eu sei que não tinha, porque o motivo de eu começar a fazer rap na minha vida foi justamente por não ver minhas vivências refletidas”, explica.

“Comecei a fazer rap em outubro de 2018, entendeu?! E a culpa não é minha se você não sabe disso. Agora, você tirar isso de contexto e me colocar como se eu tivesse, tipo assim, querendo… […] Não, meu amor. Mas simplesmente não vou deixar a minha vitória ser apagada, porque isso vocês fazem com mulheres pretas que não tão constantemente batendo no peito e se posicionando”, acrescenta.

A rapper complementa dizendo que não deixará isso acontecer consigo. “Vocês fazem uma questão de esquecer e de apagar as vitórias, as conquistas; entendeu?! E eu não vou deixar vocês apagarem essa, essa é minha conquista, ok?!”, pontua.

“Eu fui declarada pela Genius [em] 2019 artista feminina revelação; eu fui declarada pelo Spotify a única mulher do trap de 2019, eu sou a única mulher do documentário, não tinha outra em fevereiro de 2019 fazendo, ponto. Por que isso tem que ser mais do que realmente é? É simplesmente a história da minha carreira, mano. Por que isso incomoda tanto vocês? Por que quando eu falo isso incomoda tanto? Juro… Se manquem, melhorem”, conclui.

Diante disso, uma internauta levou o assunto para o X (antigo Twitter), contrapondo: “Em 2017 a gente já tinha Áurea Semiseria, Coletivo Vira Lata, Cíntia Savoli, Mirapotiva e várias [outras] minas em Salvador vieram depois fazendo hip-hop sujo. Há milianos isso existe, pra vir uma sudestina falar merda. Não, Ebony, você não inventou a roda”.

A comunicadora, gestora de crise e pesquisadora do rap nacional Nerie Bento também respondeu: “Amo Ebony e acho o trampo dela importantíssimo pra cena, mas não é o Spotify que pauta o Hip-Hop e muito menos a Genius. Inclusive, nenhuma marca até hoje criou um projeto honesto e decente sobre as mulheres do rap no Brasil. E a Ebony está errada!”.

Veja abaixo:

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