Rapper moçambicano Azagaia morre e leva centenas de fãs para as ruas para um último ‘Adeus’

Escrito por Fellipe Santos 14/03/2023 às 18:24

Foto: Divulgação

Conhecido como “rapper do povo”, o artista de Moçambique, Azagaia, faleceu nesta semana

Faleceu nesta semana o rapper moçambicano Azagaia, também conhecido como “Rapper do Povo”. Segundo os relatos, o artista morreu na quinta-feira, 9 de março de 2023. Como o rapper, Azagaia partiu desta vida em uma idade prematura, seus fãs ficaram arrasados ​​e ficaram em frenesi para entender o que aconteceu com o artista ou qual foi a causa de sua morte.

Nesta terça-feira, centenas de pessoas foram as ruas de Maputo para acompanhar o cortejo fúnebre do artista, com diversas pessoas pedindo que uma estátua do artista fosse colocada na cidade.  “Todo herói merece uma estátua […] nós somos o povo que ele queria no poder e, por isso, queremos uma estátua do Azagaia numa avenida de Moçambique”, disse à Lusa Mike Sérgio, um dos fãs do ‘rapper’ que acompanhou o cortejo fúnebre de Azagaia da Praça da Independência até ao cemitério de Muchafutene, a 25 quilómetros do centro da cidade.

Azagaia, nome artístico de Edson da Luz, morreu na quinta-feira, aos 38 anos, em sua casa, após uma crise de epilepsia, segundo a família do artista. O funeral aconteceu depois de um velório nos Paços do Conselho Municipal da Cidade de Maputo, onde diversas pessoas, principalmente jovens, apareceram na porta do edifício, localizado na Praça da Independência, para enaltecer o legado de Azagaia.

“Reconhecendo o impacto que a sua partida abrupta está a provocar no seio da família e nos diversos segmentos da sociedade, a família Da Luz agradece a participação de todos os interessados na sua última despedida e, em justa homenagem ao Azagaia, apela encarecidamente uma participação ordeira e cordial de todos”, Disse a família do artista.

“O que Azagaia deixa como legado é a preservação das artes e cultura como fatores de coesão social, respeitando a nossa diversidade cultural e criativa”, declarou a ministra da Cultura de Moçambique, Eldevina Materula, no seu discurso no Conselho Municipal de Maputo.

Após o velório, os restos mortais foram levados ao cemitério de Michafutene, aplaudido por centenas de pessoas que se posicionaram em vários pontos da Avenida de Moçambique para prestar a última homenagem ao “‘rapper’ do povo”. “É uma grande perda, não só para o hip-hop moçambicano, mas também para a lusofonia”, declarou o ‘rapper’ moçambicano Duas Caras, reconhecido, tal como Azagaia, como uma referência da música rap em Moçambique.

“Desde cedo, Azagaia foi um observador atento à realidade social e isso inspirou o seu caráter interventivo e combativo perante tudo aquilo que apoquenta a sociedade”, lembrou o ativista moçambicano Adriano Nuvunga, numa mensagem em nome da sociedade civil moçambicana.

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