Rep Festival pode receber multa de R$ 12 milhões, segundo Procon

O pesadelo do REP Festival parece estar longe de acabar para seus donos e organizadores.

Os organizadores do Rep Festival podem receber uma multa de mais de R$ 12 milhões, de acordo com o Procon do Rio de Janeiro, que realizou uma análise do faturamento do evento. Nesta segunda-feira (13), o órgão iniciou um processo contra os produtores do evento, que foi cancelado no último fim de semana após problemas graves na organização e segurança.

Definido pelos produtores como o “Rock in Rio do Rap”, a terceira edição do festival com ingressos vendidos por até R$ 700 — e estimativa de receber 60 mil pessoas por dia — tinha a proposta de reunir, no sábado e domingo passados, maiores nomes do Rap Nacional. Na noite de sábado, parte dos artistas que subiriam ao palco se recusaram a se apresentar, alegando que as condições no lugar eram arriscadas. Nas redes sociais, centenas de imagens mostraram o descaso com os fãs e comprovaram insalubridade na Cidade do Rap, segundo o Procon-RJ.

Segundo o jornal Extra, representantes do Procon-RJ afirmam que receberam várias denúncias, todas comprovadas por meio de fotos e vídeos. Segundo o órgão, as grandes filas para embarque nos ônibus que conduziriam ao evento, assim como o atraso de mais de três horas para o início dos shows, também foram objeto de queixas. Outra reclamação refere-se ao fato de o festival ter alterado o endereço — do Parque Olímpico, na Barra da Tijuca, para Guaratiba — a dez dias da data do evento. Alvos de processo, os produtores terão 15 dias para apresentar defesa, sob pena de multa.

“Já havíamos realizado, antes do evento, notificação para esclarecimentos quanto à alteração do local de realização, que ainda não foi respondida. E agora, com os últimos acontecimentos, se tornou imprescindível a instauração de ato sancionatório, tendo em vista que, apesar das fortes chuvas que aconteceram no estado do Rio e que estavam previstas, um evento, que se anuncia como o maior festival de rap do Brasil, com expectativa para abrigar mais de 60 mil pessoas, deveria estar estruturado, assegurando ao consumidor a proteção à vida, saúde e segurança, garantindo aquilo que foi ofertado, o que não aconteceu.”, ressalta Cássio Coelho, presidente do Procon-RJ.

No último domingo (12), produtores do Rep Festival se manifestaram, por meio de nota, após o assunto se tornar o tema mais comentado da internet. O comunicado informou a suspensão do evento “devido aos danos causados à estrutura pelas fortes chuvas que acometeram o Rio”. Os problemas relatados por público e artistas foram minimizados — de acordo com os organizadores, “a maior parte dos shows foi entregue com excelência dentro das condições apresentadas”.

Nesta segunda, um dos organizadores e donos do festival pediu desculpas e confirmou uma nova edição em 2024.

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