Espaço já vinha sendo criticado por artistas, público e ativistas.

Quando anunciou seu novo Espaço Favela, o Rock in Rio o definiu como uma ação para dar “visibilidade” à “diversidade e pluralidade” dos morros. Sem “assistencialismo”. Mas a ideia não agradou todo o mundo. Gerou críticas nas redes sociais, em meio à escalada de violência em comunidades do Rio. Na música título do álbum “Ladrão”, um dos mais celebrados do rap nacional neste ano, Djonga critica: “O mais perto que cês chegaram do morro é no palco favela do Rock In Rio.”

Outros artistas, de dentro e fora da programação, também têm ressalvas. Citam, principalmente, três pontos: A falta de acesso dos moradores de comunidades ao festival, agravada pela ausência de ações do Rock in Rio dentro das favelas; A segregação da cultura periférica em um único espaço e o risco de criar uma versão caricata dos morros dentro do festival; Fora do Rock in Rio, a criminalização de atividades de lazer que acontecem dentro das comunidades.

A curadoria que resultou na programação do Espaço Favela foi feita pela organização do Rock in Rio em parceria com a ong Viva Rio e a Central Única de Favelas (Cufa). O diretor artístico do palco, Zé Ricardo, participou de reuniões com produtores e artistas em sete comunidades do estado do Rio. A área também terá bares e restaurantes, comandados por empreendedores que mantêm pequenos negócios em favelas.

O fundador do festival, Roberto Medina, diz que a ideia é mudar a visão “distorcida” que algumas pessoas têm sobre o povo brasileiro “e particularmente o carioca”. “É um olhar de uma perspectiva diferente do que, infelizmente, a gente olha de uma perspectiva ruim”, explicou Medina ao G1.

Um vídeo que circula nas redes sociais mostra o que parece ser uma simulação de uma invasão policial no cenário de favela do palco. Um som de helicóptero pode ser ouvido enquanto os artistas “fogem” fazendo acrobacias. Segundo informações iniciais, o som de helicóptero foi uma sonoplastia usada no show do Heavy Baile como forma de protesto. A produção do festival solicitou a remoção do som.

As imagens causaram uma enorme revolta em muitos moradores de comunidades e do público em geral que acreditaram que atitude havia partido da organização do Rock In RIo, já que as favelas do Rio de Janeiro sofrem diariamente com a violência causada pelas invasões policias e som do helicóptero causa panico em muitas famílias.

Confira o vídeo e algumas reações abaixo.

https://twitter.com/eigermania/status/1177611753158512641?s=19

https://twitter.com/mslaryhill/status/1177609974249349121?s=19