Saiba como surgiu o Hip-Hop no Brasil

Escrito por Thallis 07/08/2023 às 15:45

Foto: Divulgação
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Mais que um gênero musical, o Hip Hop é acima de tudo, uma cultura popular, conheça melhor como essa cultura chegou ao Brasil.

No final dos anos 70, surgiu em Nova York o hip-hop, um dos principais movimentos de arte urbana da história, abrangendo dança (breaking), arte visual (grafite), performance (DJ) e música (rap). O hip-hop é hoje uma força respeitada globalmente, em grande parte devido à coragem dos pioneiros do rap, que enfrentaram preconceitos para permitir que a poesia fluísse livremente.

Em 11 de agosto de 1973, no Bronx, Nova York, o DJ jamaicano Kool Herc organizou uma festa que alterou o curso da história para sempre. Para inovar suas apresentações, Herc decidiu tocar apenas os instrumentais e trechos instrumentais das músicas de funk e soul da época, cantadas por artistas lendários como James Brown e James Clinton.

A multidão ficou extasiada, e os MCs também ficaram tão animados com a novidade que começaram a adicionar rimas às batidas, tornando as festas ainda mais empolgantes. Desde então, a cultura hip-hop se tornou uma poderosa influência na música, dança, arte e moda. Durante anos, a cena fervilhou nas ruas de Nova York, e uma das músicas que ajudou a difundir o hip-hop para o resto do mundo foi o clássico “Rapper’s Delight”, do grupo Sugarhill Gang, lançado em 1979.

O sucesso da jornada do hip-hop pelo mundo chegou ao Brasil no início dos anos 80, na cidade de São Paulo, quando os jovens começaram a receber informações sobre o movimento que estava ocorrendo em Nova York. Grupos da periferia começaram a se reunir na Galeria 24 de Maio e na estação São Bento do metrô para ouvir as músicas vindas do Bronx, acompanhadas de novos passos de dança. Os primeiros frequentadores do local foram os dançarinos de breaking, e alguns dos principais precursores desse estilo, como Nelson Triunfo e Thaíde, ainda causam impacto na cena até hoje.

Naquela época, o rap ainda era considerado um estilo musical violento e típico das áreas periféricas. Rappin’ Hood também estava presente, vivenciando todo esse momento controverso de ascensão da cultura. “A gente fugia da polícia só por causa do rap. Eles chegavam à estação e quebravam nossos discos”, relembra o rapper.

Sabotage 1997

Em 1984, o grupo norte-americano Public Enemy veio ao Brasil para realizar seu primeiro show em São Paulo, impactando um grande número de pessoas com essa nova cultura. Assim, o rap começou a se espalhar rapidamente pelas periferias da cidade, elevando a autoestima dos jovens que buscavam uma maneira de se integrar à juventude de sua época, em uma sociedade repleta de preconceitos e sob um regime de ditadura.

“O álbum ‘Fear of a Black Planet’ do Public Enemy, de 1990, mudou minha vida e minha postura frente ao mundo. Esse disco é histórico. Sua militância foi uma afirmação muito grande na época”, diz Rappin’ Hood. “A banda ajudou muitos jovens negros do mundo inteiro a terem autoestima e a entenderem seu potencial. No Brasil, quem fez isso por mim foram os discos de Thaíde, DJ Hum e Racionais MC’s”.

O primeiro álbum brasileiro exclusivo de rap foi a coletânea “Hip-Hop Cultura de Rua”, lançada em 1988. Nela foi apresentado o trabalho de rappers como Thaíde e DJ Hum, MC Jack e Código 13, que se tornaram lendas na cena. No ano seguinte foi lançada a coletânea “Consciência Black, Vol. I”, que projetou um dos maiores grupos da história do rap brasileiro: os Racionais MC’s. Formado por Mano Brown, Edi Rock, Ice Blue e KL Jay, o grupo apresentou um rap voltado para a desigualdade na periferia e injustiças sociais.

Desde então a cultura só foi crescendo dentro do país, tendo alguns picos de ascensão com os lançamentos de alguns artistas na década de 2000 como: Gabriel O Pensador, Marcelo D2, Ndee Naldinho, MC Marechal, Criolo, Emicida, Rashid, Kamau, Karol Conká, Filosofia de Rua e muitos outros.

FONTE: Palmares GOV

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