Quinto disco de conta com parcerias ao lado de Criolo e Theodoro Nagô.
Com misturas de musicalidades afrofuturistas entre o soul, samba, rap, drill, funk, R&B, jazz e mais, Tássia Reis lançou na última segunda-feira (9) o álbum “Topo da Minha Cabeça“, que surge como uma reflexão das dores e alegrias enfrentadas ao decorrer do percurso.
Apresentando movimentos instrospectivos e a reconexão da cantora e compositora com sua ancestralidade, o projeto ressalta o retorno dela para si própria através dos versos nas 10 faixas, que contam com produções de Barba Negra, EVEHIVE, Felipe Pizzu, Feijuca e Kiko Dinucci, além de participações especiais de Criolo e Theodoro Nagô.
“‘Topo da Minha Cabeça’ é o ponto mais alto e mais importante a se chegar. É o ponto que almejo, é o topo que quero e vou conquistar”, afirma a artista paulista. Trabalho desde 2020, o quinto disco de Tássia surgiu quando compôs “Ofício de Cantante“, sua declaração pessoal ao samba.
A faixa representou o início da jornada. O projeto cantando músicas de Alcione no programa Versões, do Multishow e Canal Bis em 2021, e também nos palcos com a turnê que começou no ano seguinte, ressaltaram sua reconexão com a ancestralidade, o que voltaria à tona no álbum tempos depois.
“Após quase morrer, renasci compreendendo melhor algumas coisas, e entendi que esse é o ponto mais alto e mais importante que quero estar, o topo da minha própria cabeça. Com essa consciência e domínio, e com minha atenção focada na saúde mental, espiritual e física, eu posso sonhar, planejar e viver melhor, superando qualquer obstáculo e sendo fiel a mim mesma”, afirma a cantora.
A percepção deu rumo para a track que carrega o título do projeto, propondo um exercício de presença com referências a ícones como Sun Ra, Erykah Badu e Solange.
“Eu levo comigo a filosofia de ser um canal atento para conseguir trazer a música para o mundo, e para isso é mais do que necessário se desapegar do que não quer ser e deixar vir apenas o que se é”, acrescenta Tássia Reis.
“Topo da Minha Cabeça” teve o samba como seu primeiro traço e mescla inspirações como os grupos Black Rio e Originais do Samba, além de destaques da música brasileira como Gilberto Gil, Elza Soares, Elis Regina e Alcione.
O cabelo como símbolo central dialoga com o nome do álbum buscando referenciar as diversas origens, etnias, religião e status social que contam a história da mulher negra. “Todo o conjunto da obra visual potencializa uma conversa que proponho nas faixas, representando uma variedade de emoções”, completa o diretor criativo Leandro Assis.
“Os elementos do cabelo, as cores e até a tipografia, criada com base em influências dos anos 70, conectam o passado e o presente da música brasileira”, conclui ele.
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