Pagamento das plataformas são umas das grandes reclamações dos artistas
O SoundCloud anunciou recentemente que a Warner Music se tornou a primeira gravadora a adotar o Fan-Powered Royalties. Criado em 2021, esse modelo de negócio visa elaborar um sistema de pagamento mais justo para os artistas independentes da plataforma. O Fan-Powered Royalties (“royalties movidos pelos fãs”, em tradução livre) permite que a receita gerada pela assinatura e publicidade de cada usuário seja distribuída entre seus artistas favoritos. Com o apoio da Warner Music, a expectativa é que esse modelo se torne mais popular e passe a se refletir em plataformas de streaming mais populares.
“Este novo acordo emocionante permite que todos os artistas da lista do grupo Warner Music sejam pagos com base no comportamento de reprodução de seus fãs no SoundCloud”, explica o comunicado de imprensa da plataforma. Atualmente, os maiores serviços de streaming de música trabalham com o modelo pro rata, caracterizado pelo pagamento de artistas com base na quantidade de reproduções que possuem em um aplicativo — sistema que prejudica músicos em ascensão e gera quantias maiores para artistas consagrados.
O Spotify e Apple Music são apenas alguns dos exemplos de aplicativos que usam o pro rata. Isso significa que artistas globais que hospedam seu repertório na plataforma podem acabar “sugando” a receita gerada por nomes menos populares.
“A evolução da indústria musical traz novas maneiras de criar, consumir e monetizar. À medida que esse ecossistema se expande, a Warner Music está focada em avançar e experimentar novos modelos econômicos para garantir que as oportunidades para nossos artistas e suas respectivas comunidades sejam maximizadas”, disse Oana Ruxandra, diretora Executivo de Dados na Warner Music.
Para que os artistas tenham acesso ao modelo Fan-Powered Royalties, é necessário que sejam membros do SoundCloud Pro Unlimited (R$ 12,00/mês) ou SoundCloud Repost (R$ 2,50/mês). Com a chegada do novo modelo econômico da plataforma, o número de assinantes desses serviços aumentou em 30%.
A Warner Music é a terceira maior gravadora do mundo, o que é título suficiente para que influencie outras empresas a adotarem os royalties movidos por fãs. O TIDAL também atualizou seu sistema de pagamentos para otimizar a quantia gerada pelos artistas menos populares, embora não seja tão popular no Brasil.