Adidas venderá parte do estoque de produtos Yeezy e doará lucro para instituições afetadas por Kanye West
A Adidas anunciou nesta quinta-feira (11) que irá vender parte do estoque de produtos da marca Yeezy, em parceria com o rapper Kanye West (Ye). A decisão vem após a parceria ser rompida em novembro de 2022, devido às falas antissemitas do rapper. O CEO da empresa, Bjoern Gulden, divulgou que o lucro com as vendas será doado para algumas instituições internacionais que foram prejudicadas pelos comentários de Kanye West.
A Adidas busca evitar uma perda de US$ 700 milhões este ano, segundo a Reuters. A quantidade de peças que estarão disponíveis e a porcentagem das vendas que será revertida para a doação não foram divulgadas. De acordo com a imprensa internacional, Kanye West teria direito a receber 15% das vendas como comissão, conforme o acordo feito com a marca antes do fim do contrato. No entanto, a Adidas se recusou a comentar o assunto.
Kanye West fez uma série de declarações preconceituosas em 2022, afastando fãs e empresas. Durante a Semana de Moda de Paris, ele usou uma camiseta com a frase “White Lives Matter” (“Vidas Brancas Importam”), uma distorção do famoso slogan “Black Lives Matter”, símbolo dos protestos antirracistas de 2020 nos Estados Unidos. Além disso, suas contas no Instagram e no Twitter foram suspensas após ele postar mensagens consideradas antissemitas, que faziam referência a teorias da conspiração sobre a suposta influência da comunidade judaica.
Após essas declarações, a Adidas rompeu a parceria com Kanye West, em novembro de 2022. Em comunicado, a empresa disse que “não tolera antissemitismo e qualquer outro tipo de discurso de ódio. Os comentários e ações recentes de Ye foram inaceitáveis, odiosos e perigosos, e violam os valores da empresa de diversidade e inclusão, respeito mútuo e justiça.”
Antes da decisão da Adidas, Kanye já havia encerrado a parceria com a Gap, feita em 2020 com o prazo para durar dez anos. Ele também foi demitido da Balenciaga pelos comentários antissemitas.