Primeiro disco de KING Saints questiona o posicionamento de artistas negros na indústria musical.
Explorando temas sociais e fazendo críticas, KING Saints lançou, nesta quinta-feira (26), o seu álbum de estreia, nomeado “Se Eu Fosse Uma Garota Branca“, com produção de Marcel e do trio Los Brasileros, responsáveis por trabalhos de nomes como Karol Conká, Carol Biazin e MC Soffia, além de duas vitórias no Grammy Latino, sendo a mais recente com a ícone latina Karol G.
Vindo de indicações ao Grammy por suas composições em “DOCE 22“, de Luísa Sonza, em 2022, e “AFRODHIT“, de IZA, neste ano, a artista de Duque de Caxias, Baixada Fluminense (RJ), se apresenta como “a força lado B do pop” – quem está por trás de grandes hits.
Em seu primeiro disco, a cantora e compositora aborda uma narrativa sobre a diversidade, sem deixar de lado a crítica e o humor ácido com participações especiais de nomes como Karol Conká, MC Soffia, Leoni e MC Danny por meio de 11 faixas.
“’Se Eu Fosse Uma Garota Branca’ não é apenas um álbum. É um chamado para a reconstrução da identidade em um país marcado pela diversidade, mas também pelo racismo. Eu convido a uma reflexão sobre os atravessamentos do preconceito racial na jornada de jovens artistas e na construção de identidades em um mundo que insiste em nos definir por nossa cor de pele”, reflete KING.
“Este álbum existe porque estive, a vida inteira, cercada por mulheres negras que se esforçam incansavelmente para proporcionar uma vida melhor para si e para os outros. Mulheres que estão na base desta sociedade, que cresceram ouvindo: ‘Você é negra, precisa ser mil vezes melhor para não perder a vaga.’ Mulheres que duvidaram da própria beleza, até mesmo da capacidade de conquistar e merecer as coisas boas da vida”, explica ela.
Tendo a avó Iracy – com quem não chegou a conviver, mas diz sentir a força de sua presença – como maior inspiração, além de outras mulheres negras que são referências na trajetória, a artista, em cada música, destaca a própria identidade.
“‘Se Eu Fosse uma Garota Branca’ não é o desejo de ser uma, mas sim um acalanto para as mulheres negras que se sentiram isoladas nesse sentimento de impotência. Você não está só, eu não estou só! Não somos todos iguais, e isso é lindo. Somos uma comunidade ancestral”, finaliza KING Saints.
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