Cal Will lança videoclipe de “Programados” com Viana ZL

Escrito por Fellipe Santos 27/09/2018 às 13:55

Foto: Divulgação
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Após enfrentar problemas de saúde, artista volta à cena e prepara novo álbum.

O Rap surgiu na vida de Cal Will quando ele tinha apenas 10 anos e de uma maneira muito peculiar, através da revista Avon sua mãe vendia. “Acho que essa era a unica forma, na época, do Rap chegar em Santa Catarina.”, explica. Era o CD Espaço Rap Vol.4, vendido na revista, no inicio Cal foi ganho pela capa do projeto e depois que deu play e ouviu a música “A Carta” do 509-E, tudo se conectou e dai em diante entrou na viagem do Rap.

Entrou no estúdio apenas em 2007, com o grupo “O Clã”, gravando a mixtape intitulada SL Função. Após isso,
fechou com a PROHIPHOP liderada pelo Cabal em 2011 e no mesmo ano se mudou pra São Paulo onde gravou seu primeiro trabalho solo AVSDP (A Vida Secreta das Palavras), lançado em 2013. Já em 2014 voltou para Santa Catarina e criou seu próprio estúdio/selo, a SLF Records. “Quando parei pra percebe já tava envolvido ate o pescoço, o Rap já tinha me transformado, numa pessoa bem melhor. Por sinal, que não passou despercebido por vários e naquelas altura o William Otavio já não existia mais”, conta o rapper.

Will sempre tenta criar algo novo e diferente, mas sem se desprender de certas manias. “Tento escutar o que o beat está querendo me dizer e responder a altura. As vezes guardo muito sentimento e quando solto acaba
não sendo só em uma track”, elabora. Sua sonoridade, influencias e inspirações variam muito, o álbum AVSDP, por exemplo, foi um projeto todo sampleado, com produtores de todo o mundo trazendo um pouco de jazz, blues e soul. Com seu pai, conheceu musicas gauchas, Zé Ramalho e muito Raul Seixas. “Eminem me impactou, tocava muito na radio e era onde eu gravava. Nacional, que me influenciou foi o grupo Da Guedes, Charlie Brown, Shawlin e Marechal que traziam a rua nos versos e o Freestyle, que naquele tempo era o ápice. Pensando no Rap como mercado musical, quem me influenciou foi o C4bal.”

Agora, após alguns anos preso mentalmente em enfrentar alguns problemas de saúde, Cal Will está de volta à cena com uma composição que surgiu em 2013, com produção de Skeeter. “Não gravei naquele tempo porque sentia que faltava algo. Até me deparar com um texto sobre anarquista na pagina do grupo da Família ZL, era aquilo que faltava! Procurei saber quem escreveu, então meu mano Viana ZL se apresentou, e por coincidência era a musica que ele mais curtia quando me trombava nas apresentações, ele ate já tinha essa letra, só soltei o beat e trinco! Nasceu a musica “Programados”.

Em 2016, um lyric vídeo da faixa foi lançado mas a mixagem não tinha agradado muito Will. Então, o artista retirou o vídeo do canal, fizeram uma nova mixagem e chamaram o Nelson Nascimento para o clipe. “Nelson dispensa comentários. Um dos melhores vídeo maker de Santa Catarina, que vem assinando vários trabalhos da SLF. Em 5 horas captamos as imagens e no outro dia já tava editado!”, conta Will.

Confira o videoclipe, saiba mais sobre os objetivos de Cal Will no Rap e sua opinião sobre a cena atual abaixo.

Qual seu grande objetivo no Rap?
Ainda me sinto em dívida com o HipHop pra criar objetivos voltados somente a mim. Todo mês tenho minhas metas dentro da SLF, trabalhando com cada artista do selo, dentro do Instituto de HipHop Criciumense o qual sou Vice Presidente e no Conselho Municipal de Politicas Culturais onde ocupado a cadeira da cultura digital. Me desdobro de várias formas pra sobreviver da arte e da cultura, o hiphop me mostrou um novo caminho e aqui estou, vivão, escrevendo minha história e passando adiante todo conhecimento que venho adquirindo.
Como vê o Rap Nacional hoje? O que acha que seu trabalho traz de diferente para esta cena?
Perdendo a essência.. cada vez mais organizado porem sem saber pra onde ta indo, o “querer” tá cegando vários! Acho que ta tudo muito pessoal, esqueceram da coletividade pra adentrar essa busca incessante por views e status. Tem uns moleque bom ai, sempre vai ter, só não podemos confundir fumaça com poeira e se render pra essa indústria que vem rotulando a musica por “Clima” e por ai em diante. Enxergo meus versos mais politizados ultimamente, me preocupo muito com a informação e minha vivencia sempre vai refleti nos versos, foi assim que comecei, encontrando o poder nas palavras desabafando e me conhecendo melhor. O diferencial acredito que tá na SLF, trazendo o melhor de cada artista do selo, os projetos idealizados e difundido a cultura e deixando claro pros nossos que somos apenas um dente dessa engrenagem que é o HipHop!
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