Cena musical se renova e Hip-Hop domina o Rock in Rio

Escrito por Fellipe Santos 10/10/2019 às 17:15

Foto: Divulgação
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Grandes nomes como Drake eMano Brown se apresentaram pela primeira vez no festival.

Já são 20 edições (oito delas no Brasil) do maior festival de música do mundo, o Rock in Rio, desde o seu início lendário em 1985. E só agora, em 2019, é que os fãs de rap e hip hop podem se sentir contemplados com a programação do evento. Com um line up de respeito para os amantes do estilo musical, um dos destaques é o canadense Drake, que recebeu R$ 15 milhões para fazer um show no Rock Rio – cachê que faz jus ao rapper que conta com 34 músicas no Top 10 da Billboard em sua carreira.

Além de Drake, em 2019 o festival também conta com um palco exclusivo para artistas do hip-hop: sob a premissa da inclusão, ele foi denominado com o polêmico nome de Espaço Favela. Com o maior número de representantes do rap e hip-hop do Rock in Rio, outro palco que destaca o gênero é o Sunset, que no primeiro dia do evento só recebeu artistas negros, como o baile black de um dos mais famosos nomes do rap nacional, Mano Brown, além de uma participação especial do lendário baixista Bootsy Collins.

No mesmo palco, o trio formado pela rapper Karol Conká, Linn da Quebrada e Glória Groove celebraram a diversidade. Outros representantes do hip-hop que passaram pelo evento foram o grupo teatral Nós do Morro e a band de rap ABRONCA, além da rapper Gabz, revelação na cena do hip-hop, com seus 19 anos. Tantos nomes de peso no evento mostram a força de um movimento atual em que a maioria das bandas se mantém ativas até hoje, ao contrário de outros artistas que rapidamente fizeram sucesso, mas que depois não se firmaram e desapareceram.

Seja por caírem no esquecimento ou por outros motivos, fato é que algumas bandas antigas fizeram sucesso por um breve período de tempo e hoje não estão mais na ativa. Mauro Mateus dos Santos, mais conhecido como Sabotage, é um deles: o saudoso rapper dos anos 2000 foi assassinado em 2003. Mas, antes da tragédia, ele ganhou diversos prêmios, como o Prêmio Hutuz de Revelação e Prêmio Hutúz de Personalidade do Ano, ambos em 2002.

Outra banda que fez sucesso rapidamente nos anos 2000 foi The Darkness, que hitou com a música I Believe in a Thing Called Love. Porém, eles foram um grupo de um único hit e se separaram em 2003 e retomando e 2011, mas sem jamais conseguir atingir o mesmo auge novamente. Voltando ao rap, o grupo SNJ foi um dos representantes fortes da cena nos anos 2000.

A canção Mundo da Lua fez bastante sucesso naquela época, mas o grupo se separou por um tempo, em seguida. Recentemente, eles retornaram com uma nova formação em um show para comemorar o retorno depois do hiato e os seus mais de 20 anos de estrada, com seis discos e diversos prêmios conquistados nesse período de carreira. Ainda na década de 2000, era difícil ligar o rádio e não ouvir “Who Let the Dogs Out”, do grupo Baha Men.

Em 2000, a banda venceu um Grammy Award na categoria “Best Dance Recording” pela música, mas esse foi o ponto alto da sua carreira, pois nunca mais atingiram as paradas das rádios novamente. Outra música que se tornou “chiclete” em 2004 foi “Gasolina”, do rapper porto-riquenho Daddy Yankee que bombou com uma pegada de hip-hop e até inspirou o filme Velozes e Furiosos – sem jamais conseguir voltar ao sucesso novamente, depois do hit, infelizmente.

Mas se nomes como Fat Joe, o rapper que deu início à moda dos cantores se unirem as cantoras pop, como no sucesso “What’s Love”, com Ja Rule e Ashanti, estão fora da cena musical de hoje, tudo indica que abriram caminhos para novos nomes. Projeto, Emicida, Criolo, Rael e Flora Mattos, por exemplo, dão sinais de que vieram para ficar e que a cena do rap e do hip hop está em constante atualização. Prova disso é o line up do Rock in Rio de 2019 e seu sucesso tremendo.

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