CEO do Spotify fala sobre pressão para que músicas de Kanye West sejam retiradas da plataforma

Escrito por Fellipe Santos 26/10/2022 às 10:19

Foto: Divulgação

CEO foi contra os comentários, mas disse que não pode retirar as músicas do rapper das plataformas.

O crescente boicote corporativo contra Kanye West depois que ele fez comentários antissemitas em várias entrevistas aumentou a pressão sobre os serviços de streaming de música, uma legião de pessoas estão pedindo para que álbuns do rapper sejam retirados das plataformas. Na terça-feira, o CEO do Spotify, Daniel Ek, abordou o assunto em entrevista à Reuters, deixando claro que os comentários de Kanye foram “horríveis”, mas sua música não violou as políticas anti-ódio do da plataforma, então elas não poderiam ser retiradas. Ele acrescentou que nesse caso, cabia ao selo de Ye, Def Jam da Universal Music Group, retirar sua música se eles se sentissem obrigados a fazer isso. Mas foi recentemente relatado que o rapper já não tem mais contrato com a Def Jam, se tornou um artista independente.

Ek disse que os comentários antissemitas de Ye teriam sido retirados do Spotify se ele os tivesse feito em um podcast ou gravação, de acordo com sua política de discurso de ódio, mas que o rapper não fez esses comentários nessas plataformas e suas músicas não reproduzem isso. A Def Jam detém os direitos autorais das gravações de Ye de 2002 a 2016. O contrato do rapper com sua gravadora de longa data expirou com seu álbum de 2021, Donda.

“O relacionamento da Def Jam com Ye como artista de gravação, a parceria da Def Jam com o empreendimento da gravadora GOOD Music e o acordo de mercadorias de Ye com a Bravado terminaram em 2021”, disse a Def Jam em comunicado ao The Hollywood Reporter. “Não há lugar para o antissemitismo em nossa sociedade. Estamos profundamente comprometidos em combater o antissemitismo e todas as outras formas de preconceito”.

Depois que Kanye fez repetidos comentários antissemitas em entrevistas e tweets, os principais empresários de Hollywood começaram a pedir publicamente um boicote ao rapper. O chefe da WME, Ari Emanuel, pediu diretamente aos parceiros corporativos de Ye, principalmente Spotify e Apple Music, que parem de colaborar com ele.

Desde o pedido de Emanuel, a agência de talentos CAA deixou o rapper como cliente, a MRC Entertainment arquivou um documentário completo sobre o rapper e Balenciaga, GAP e Vogue cortaram todos os laços com ele. Na segunda-feira, Ye perdeu sua maior empresa, a gigante de roupas esportivas Adidas, que encerrou sua parceria altamente lucrativa com a marca Yeezy.

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