Coluna Rapfellas: Slow Flow, entre KGL e o coração

Escrito por Fellipe Santos 20/08/2019 às 10:42

Foto: Divulgação
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Lançado na última sexta-feira (16), o segundo álbum do Sain surpreende (ou não) pelo amadurecimento musical do rapper. Contendo 7 faixas, “Slow Flow” é uma sucessão de rimas bem elaboradas e com a cara dele, beats sensacionais de El Lif Beatz e scratches de Dj Nuts.

A vibe do álbum faz lembrar, na hora, uns bons tempos do rap carioca (lá por volta de 2008 e 2009). Lírica bem de rua mesmo, fazendo referência à área do Catete, Glória e Lapa, e claro, alguns Love Songs para abrilhantar mais ainda o projeto. Uma coisa que, por mais que seja uma tradição, é super bem vindo nos dias atuais onde o trap e o acústico estão em voga. Um boombap bem feito é um boombap bem feito. Todo o pensamento para produzir esse trabalho e trazer um álbum classicão de rap foi muito bem executado. Resta saber como serão os dois clipes ( “Faixa 7” e “Lobbies de Hotéis”) e fica a expectativa da notícia exclusiva que ele contou para o Rapmais: Uma turnê em conjunto com Akira Presidente por todo o país.

O título do álbum foi muito bem atribuído por Sain, pois é exatamente como é a sua levada durante todo tempo: Slow Flow. Isso já é característico do rapper desde a sua época de Start Rap. Uma ritmo bem calmo e completamente em cima do beat, sem dar margem pro erro e pro azar. O entendimento de cadenciar a música é um dos principais pontos que Sain melhorou do “Doses de Adrenalina” para cá. Hora parece que ele está conversando com o ouvinte, outra fica claro que a música foi feita para alguém e ele canta em um tom mais suave, e outra ele parece é especialmente para quem anda de skate na área central do Rio de Janeiro.

Outro ponto que vale chamar atenção no disco, que foi gravado nos estúdios Pirâmide Perdia, é a sua estética visual. Ela foi desenvolvida por Sain em conjunto com Marcos Grilo e Nikolas de Murtas. Marco, fotógrafo paulista, realizou a foto e o layout que serviram de base para a pintura feita pelo artista plástico carioca Nikolas de Murtas.

Fica agora um recado e uma “esperança” de que outros rappers cariocas façam mais músicas para os nostálgicos de plantão que viveram sua infância e adolescência numa época que um beat suave e uma letra falando sobre amigos e sua localidade bastavam para curtir o som.

 

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