Rap + Entrevista: Conheça Makonnen Tafari, jovem destaque do trap de Salvador

Escrito por Vinicius Prado 08/01/2018 às 16:41

Foto: Divulgação
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Artista nos contou um pouco sobre sua origem, vivências, importância do rap em Salvador e muito mais.

Makonnen Tafari, é um jovem artista de Salvador na Bahia, deu inicio a sua carreira aos 9 anos de idade, com a sua primeira composição chama “Realidade do Gueto”, onde retratou sua indignações com as injustiças sócias e expondo o que via e vivia nas ruas do Pelourinho.

Ainda no ano de 2007 lançou seu primeiro álbum intitulado Tempo Pra viver, e daí deu segmento a sua carreira com o grupo Nova Saga, com quem lançou outro álbum chamado Positividade.

Seguindo em carreira solo o rapper, que sempre teve uma pegada muito futurista misturada com rimas afiadas e agressivas, já desenvolvia o Trap desde 2009, lançou em 2016 uma mixtape chamada Tafari Loko Pt.1 e no ano de 2017 deu segmento a saga com Tafari Loko Pt.2.

Ao longo de sua carreira, Makonnen Tafari teve oportunidade de dividir o palco com grande nomes do cenário do rap brasileiro como Flora Matos, Carol Conka, Costa Gold, 1Kilo e outros, não só em sua cidade mas também em São Paulo, Rio de janeiro, Vitoria, Porto Alegre, Brasilia e Belém. E não para por ai, o rapper chegou a fazer apresentações fora do Brasil, performando em Londres no South Bank Centre, Tunisia no Forum Social Mundial e na Suécia no Brazilian Day, onde gravou o videoclipe da musica “Eu Que Assumo”.

Seu último lançamento é o vídeo para “Não Vão Me Pegar”, faixa integrante da mixtape Tafari Loko Pt.2, que você pode ver abaixo. Depois, confira nossa ótima conversa com Tafari e conheça um pouco mais sobre a revelação do cenário nordestino.

Rap+ Entrevista: Makonnen Tafari

Inicialmente queria saber sobre seu nome, qual o significado ou origem pra trás dele?

Makonnen Tafari é o nome de um príncipe etíope da linhagem do Rei Salomão, que teve bastante influencia na filosofia Rastafari. E como a nossa Família tem uma militância em questão de repatriação de reafirmação de nossas raízes nos deu nomes africanos.

Como você se ligou que tinha talento para rimar e quando percebeu que realmente podia viver disso?

As coisas vieram acontecendo naturalmente. Já venho de uma família ligada a musica, meu pai é cantor de Reggae, minha mãe trabalha com produção artística a mais de 20 anos. E o lugar onde eu nasci e fui criado, no pelourinho Salvador-BA, transborda arte. Aos 8 anos de idade comecei fazendo Freestyle, aos 9 fiz minha primeira composição e já segui numa carreira profissional, fazendo apresentações na minha cidade e fora também.

Nos últimos anos sua carreira vem crescendo cada vez mais, o que mais mudou na sua vida de maneira geral desde quando você começou em 2007 até hoje? 

Quando eu comecei, o rap não tinha tanta visibilidade comparada com hoje em dia. Atualmente vem crescendo a quantidade de publico, de artistas, empresários, produtores que se interessam pela nossa musica e com isso faz o mercado do rap crescer bastante, e naturalmente isso traz pontos positivos e negativos.

Você realizou shows fora do Brasil, em países como Inglaterra e Suécia, como foram essas experiencias? De alguma forma esse conhecimento cultural influenciou suas musicas?

Foram momentos marcantes, assim como quando nós nos apresentamos pela primeira vez na nossa comunidade. Imaginar que a gente estava levando a nossa realidade para um outro pais, um outro continente, e mesmo com a barreira linguística fazer as pessoas sentirem a energia do som, foi mágico.

E poder pisar no continente africano (Tunísia) e ter contato direto com as pessoas só enriqueceu nosso conhecimento e nossa musica.

E a aceitação e recebimento do publico gringo ao seu trabalho, como foi?

Energia máxima, as pessoas estavam empolgadas conhecendo e se entregando a algo novo.

Qual a importância, tamanho e influencia do rap/trap em Salvador?

O rap sempre foi e será uma musica muito importante nos guetos de todo o mundo e aqui em Salvador não é diferente. A cultura Hip Hop em si, sempre esteve presente nas comunidades de Salvador, tanto que um dos meus primeiros contatos e primeiros ídolos eu conheci nas rodas de Freestyle que aconteciam aqui por volta de 2005/2006.

Muitas acham, e que com razão, que o cenário do rap/trap nordestino não tem a aceitação e alcance que merece no âmbito nacional, você concorda? O que pensa sobre isto?

A arte em geral é meio que centralizada numa região do País, fazendo com que grandes talentos muitas das vezes não sejam notados, isso infelizmente não acontece só no rap, mas nós estamos aqui pra quebrar essa barreira.

Quais são suas influencias e inspirações na hora de escrever e no seu trabalho?

Minhas inspirações são tantas, não se limita só na musica, muitas das vezes busco minhas inspirações em peças de teatro, artistas plásticos e vivencias nas ruas. E na musica gosto muito de artistas autênticos. Mas a minha maior influencia é minha família.

Curti algum gênero além de Rap e Trap? Quais artistas gosta de ouvir?

Com certeza, cresci ouvindo Reggae, o Pelourinho é o berço do Samba Reggae e ainda assim tem diversos artistas de gêneros diferentes, então não me limito a ouvir somente um gênero. Ouço artistas como Kamaphew Tawa, Tim Maia, Kainna Tawa, J. Cole, Tupac, Olodum, Khriz Santos, NPSN, Biel Gomez… são muitos.

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