Rapper Emicida manda letra no Domingão do Faustão: “O Covid não é tão letal quanto o abismo social”

Escrito por Felipe 14/06/2020 às 22:13

Foto: Divulgação
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Emicida comentou sobre diversos temas e sua fala sobre o Covid ganhou destaque.

O rapper Emicida é um dos grandes nomes do Rap Nacional, mas não é possível definir ele apenas como um rapper. O artista paulistano se tornou um cronista social mostrando a sua expressividade intelectual nos últimos anos, sendo voz ativa do movimento negro e do combate a desigualdade social. Quando o artista fala, todos nos prestamos atenção atentamente, e neste domingo (14) ele deu uma aula ao vivo ao participar do Programa Do Faustão, programa de maior audiência da TV brasileira aos domingos.

Falando sobre o Coronavírus, o rapper falou que realmente é difícil pedir para as pessoas ficarem em casa em um tempo de pandemia, já que se não trabalharem, não terão o que comer e disse que a doença não é tão letal quanto o abismo social que a nossa sociedade produziu e finge que não existe.

“As mudanças que a gente precisa não estão ligadas ao coronavírus. A pandemia não é uma escolinha onde a gente está aqui parado aprendendo sobre a situação e como a gente é humano e precisa ajudar todos os outros seres humanos. Muito pelo contrário. O que eu acredito que a gente está vivendo é um paradoxo muito triste. Por um lado a gente enfrenta um vírus que se espalha muito rápido, mas não tem uma letalidade tão grande. O que é extremamente letal são os abismos sociais que a nossa sociedade produziu e finge que não existem. Todas as pessoas estão sujeitas a se contaminar, mas nem todas as pessoas podem se tratar após se contaminar. Temos uma situação muito emblemática no Brasil que a primeira vítima do coronavírus é uma empregada doméstica que pegou o vírus de sua patroa, aparentemente. Isso é muito simbólico. As pessoas pobres se contaminam mais, tem menos condições de se cuidar e essa letalidade é amplificada não pelo vírus, mas pelos abismos sociais.” diz o rapper.

Atualmente, o Brasil tem 598 novas mortes registradas em razão do novo coronavírus nas últimas 24 horas, aponta levantamento feito pelo consórcio de veículos de imprensa junto às secretarias estaduais de Saúde. Com isso, são 43.389 óbitos pela Covid-19 até este domingo (14). O Brasil é o segundo país com mais casos e mais mortes no mundo, somente atrás dos EUA. O país concentra 10% de todas as vítimas do planeta, de acordo com dados compilados pela Universidade Johns Hopkins. Já os Estados Unidos têm 2 milhões de casos. São 115 mil óbitos.

Confira o trecho abaixo.

 

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