Emicida ministrará o curso “Brasil, é tudo pra ontem” no Centro de Estudos Latino-Americanos da instituição americana.
Após ter sido mestre em uma cátedra insurgente na Universidade de Coimbra (Portugal) em 2021, Emicida fará uma nova incursão na educação. Desta vez, na Universidade de Pittsburgh, na Pensilvânia (Estados Unidos), já nesta semana.
Entre a próxima quarta e sexta-feira, os dias 25 e 27, o rapper ministrará o curso “Brasil, é tudo pra ontem“, que apresentará perspectivas diferentes para a sociedade e a cultura brasileira, inspirado no processo de pesquisa e produção do próprio álbum “AmarElo“.
As aulas serão voltadas para alunos do Centro de Estudos Latino-Americanos (CLAS) da instituição, que promove programas de formação acadêmica multidisciplinar especializados nas diversas comunidades diaspóricas de origem latino-americana e caribenha.
O curso proposto pelo artista paulista será dividido em quatro encontros, sustentados pela sua pesquisa a respeito do país. “Quando eu tive aquela primeira experiência em Coimbra, me conectei com uma série de pessoas de vários lugares do mundo”, diz ele.
“Participar de um ambiente de efervescência de ideias, onde pude trocar perspectivas do que uma mesma coisa representa para cada um dos presentes, me fez voltar para o Brasil maior do que eu fui – em termos de conhecimento”, acrescenta Emicida.
Nesta passagem, o cantor, compositor e pensador contemporâneo busca fomentar ainda mais a reflexão sobre a sociedade brasileira. “O objetivo central é que as pessoas saiam das conferências com a certeza de que podem observar uma narrativa por diversos ângulos”, explica.
“A maldição da historiografia é definir quem está certo e quem está errado. Se os alunos saírem se sentindo provocados a ver a história do Brasil por perspectivas diferentes da hegemônica, eu vou considerar uma grande conquista”, complementa o rapper.
O convite foi feito pela também brasileira Keila Grinberg, que é diretora do Centro de Estudos Latino-Americanos e professora de História da Universidade de Pittsburgh. “A ideia de convidar o Emicida para ministrar o curso surgiu a partir do filme ‘AmarElo’, que eu sempre uso nas minhas aulas de História do Brasil”, conta ela.
“Emicida tem uma interpretação original e poderosa da história e da cultura brasileira que precisa ser conhecida no mundo inteiro. É particularmente importante que ele esteja vindo dar aulas aqui na comemoração de 60 anos do Centro de Estudos Latino-Americanos”, reflete Keila.
“O centro foi criado durante a Guerra Fria, em uma época de relações hierárquicas e assimétricas entre os Estados Unidos e a América Latina. É fundamental mostrarmos o quanto esta perspectiva mudou e o que os brasileiros têm a ensinar. E ninguém melhor do que o Emicida para fazer isto”, conclui a professora e diretora.
Veja abaixo:
Ver essa foto no Instagram