Papo de Produtor #2: Ecologyk fala sobre inspirações, mercado brasileiro de beatmakers e muito mais

Se você não conhece o trabalho do Ecologyk, provavelmente já ouviu falar e com certeza já viu algum som que tinha uma produção dele. Paulo Henrique Castro, conhecido como Ecologyk é conhecido por ter trabalhado com artistas em destaque do cenário nacional e internacional. Ele é um dos poucos produtores que se coloca como artista dentro de uma cena que pouco valoriza os beatmakers.

Fizemos uma entrevista exclusiva com ele, onde Ecologyk conta curiosidades, passa sua visão do cenário do Rap, conta sobre sua caminhada até aqui, sobre os equipamentos que tem em seu estúdio e deixou um recado para você que se inspira nele.

A quanto tempo você produz? Como se interessou por produção / fazer beats?

R: Produzo já a 10 anos! (eu tinha 15 anos de idade) Comecei a me interessar inicialmente pela música eletrônica, influenciado pelas rádios e amigos. Estudei muito pelo YouTube assistindo tutoriais e quando eu já estava dominando melhor o programa (na época usava Fruity Loops) comecei a fazer beats por diversão, porque era o que eu mais gostava de ouvir, mas entrei mesmo na cena Hip Hop no começo de 2018.

 Qual a origem do seu nome artístico? Conta essa historia pra gente…

R: Hahahaha Então, na verdade Ecologyk no início era uma dupla de DJs! Em 2009 quando eu tava iniciando na produção, conheci um outro produtor +/- da minha idade em uma comunidade do orkut, decidimos criar a dupla e ele inventou o nome sem nenhum significado. Meses depois ele acabou desistindo desse sonho e eu segui com o nome sozinho.

3 artistas ou produtores que são inspirações da sua sonoridade e características como produtor

R: Skrillex, Troyboi, Metro Boomin

Qual seu beat favorito das musicas lançadas e assinadas por você? Por que?

R: Falar de um só é difícil Hahaha mas com certeza o beat de “Só Sei” c/ Kweller e Solanno, porque acho ele bem único, tem total a minha vibe e ele é muito diferente de tudo que você escuta aqui no Brasil. Outro que eu gosto muito também é o de “Inferno” c/ Sagaz, é a segunda música do nosso Álbum “2100”, gosto dele porque foi uma das vibes mais fodas que eu tive durante uma criação, eu tinha acabado de acordar e já tava com as idéias todas na mente e fluiu muito rápido.

Quatro plugins que não podem faltar na sua coleção?

R: Serum, Kontakt, Nexus, Massive

Quais equipamentos tem no seu estúdio? Quanto tempo demorou pra você montar ele todo? E quais equipamentos de áudio que você quer comprar pra dar um upgrade no seu estúdio?

Apple Mac mini 16gb i5 HD 1TB, Par Monitores de Audio KRK VXT 6”, Interface de Audio Focusrite Scarlett 8i6, Controladora M-Audio Keystation 49, Microfone Samson c01, Headphone Sennheiser HD 25 e tratamento acústico completo com janela e porta acústica, placas de lã de rocha e difusor.
To com o estúdio assim a uns 4 anos e o plano de upgrade é construir outro estúdio maior do zero e com aquário.

O que você pensa da desvalorização do produtor no Brasil? Você acha que é algo que acontece no meio do rap?

R: A desvalorização é principalmente no meio do Rap, porque da cena que eu vim (Música Eletrônica) o Produtor/DJ é O ARTISTA, ele que faz o show, as músicas são lançadas com o nome dele e nem sempre ele precisa de alguém pra cantar nas faixas, muitas músicas são só instrumental. Então quando entrei no Rap eu fiquei um pouco assustado de como as coisas funcionam, mas eu sempre tento me impor nas redes e passo essa visão pro público que me segue e todos artistas que eu trabalho.

Produtor é tão artista quanto quem ta cantando e por isso eu me coloco como nome principal também e temos muitas referências disso aqui mesmo no Brasil como o WC no Beat, Mãolee, RalphTheKiD e outros.

 Você pode nos falar um pouco sobre algumas atitudes que o artista ou o publico tem e que acabam desvalorizando o produtor, mesmo que as pessoas não notem ou são consideradas normais…

R: A desvalorização do público na verdade é involuntária, porque é o reflexo do artista! Se os artistas começarem a valorizar de verdade, colocar o nome no produtor sempre no título, descrição e falar sempre deles nas redes, o público também vai fazer o mesmo. Creio que isso já está sendo feito por alguns e torço pra que todos os artistas façam isso naturalmente daqui um tempo.

Deixe um recado pra quem esta começando a produzir e/ou se inspira em você

R: Eu trabalhei muito tempo num emprego que não gostava pra juntar dinheiro e comprar meus primeiros equipamentos. Comecei com um fone da Clone (aqueles de Lan House) e um notebook de 512mb. Então se esse é seu sonho de verdade, não desista! Você tem que correr MUITO atrás e ao mesmo tempo ter paciência, porque adquirir experiência não é do dia pra noite e o reconhecimento (tanto do público quando da cena) é mais difícil ainda! Mas eu sou a real prova de que da pra chegar! Eu não tive apoio dos meus pais e creio que a maioria que ta começando não tenha, é literalmente você contra o mundo. Só vai!!!!!!

Eu bonbeats gostaria de agradecer o Ecologyk por ter nos cedido um pouco do seu tempo e ter dado essa entrevista. Espero que vocês tenham gostado e peguem o papo de visão que ele nos deu aqui, estudem muito que vocês chegam longe! #ProdutoresNoTopo

Siga o ecologyk nas redes sócias e confira algumas de suas produções abaixo.

– Instagram: @Ecologyk
– Twitter: @Ecologyk_
– Soundcloud: Ecologyk

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