Estrela de ‘LUPIN’, Omar Sy fala sobre preconceito: “Os anos passam, mas o racismo permanece”

Escrito por Vinicius Prado 29/06/2021 às 16:30

capa omar sy Foto: Divulgação
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Carreira do ator francês, que bateu recordes de público com a série ‘Lupin’, só decolou depois do sucesso de ‘Intocáveis’

Criado em um subúrbio parisiense, filho de um senegalês e uma mauritana, Omar Sy fazia parte a dupla de comédia Omar e Fred, de humor com notável impacto nas manhãs da Virgin Radio e nas tardes do Canal+. Cinco anos depois, o homem que se acostumara a fazer a França rir se mudou para um apartamento de patrões graças ao filme ‘Intocáveis’ (2011), a comédia abençoada por 22 milhões de telespectadores.

Premiado, Omar foi aos EUA para participar de sucessos de bilheteria do calibre da saga X-Men, Transformers e o novo filme da franquia Parque dos Dinossauros. Na apresentação da segunda leva de episódios de Lupin, a série da Netflix, Omar Sy falou sobre seu papel e muito mais.

“O que eu tenho em comum com Assane, além do óbvio?”, se pergunta Sy, apontando para sua pele. “Bem, espero que não muito, porque ele é um ladrão e eu, um homem honrado. Mas, sim, ambos somos franceses de origem senegalesa, criados nos subúrbios parisienses, e é provável que também compartilhemos o amor pela nossa profissão e um certo grau de perfeccionismo, o que nem sempre é algo positivo.”

O ator também falou sobre a ideia global da série: um menino parisiense de origem africana descobre um emblema da cultura popular francesa na versão espúria do mito oferecida por um gibi japonês. E anos depois, já um ator de sucesso, leva às telas uma espécie de síntese contemporânea e cosmopolita de todos os Lupins possíveis. “É paradoxal, sem dúvida”, admite Sy, “e acho que dá uma ideia da riqueza e universalidade do personagem. Claro, o nosso não é um Lupin inteiramente adequado para puristas nem mitomaníacos, nem tampouco pensado exclusivamente para o público francês”.

Sim, ele é, sem dúvida, um homem que sofreu discriminação e preconceitos racistas desde a infância, como o próprio Sy: “Quase não precisamos entrar nesse aspecto da história. A discriminação está aí, integrada com naturalidade, porque os anos vão passando, mas o racismo, por incrível que pareça, permanece”.

Com informações do El País.

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