L7nnon chega ao 1º lugar no “Podium” com seu novo álbum

Agora realidade, jovem rapper mostra toda sua raiva e habilidade em novo álbum, que é um dos mais bem feitos nos últimos anos na cena do Rap no Rio de Janeiro.

Sou de 1994 e comecei a me interessar por rap (no caso de estudar e analisar) em 2006. Posso dizer que vi, de perto, surgir vários fenômenos nesse meio musical. Conecrew Diretoria marcou uma geração: Maomé, Cert, Ari, Batoré e Rany Money, cada com seu flow diferenciado, e o Papatinho, que virou o rei dos beats naquele conjunto louco, ressuscitaram a cena de rap no Rio de Janeiro que estava meio estranha. Logo após teve a explosão de Filipe Ret, contando toda a sua trajetória no Catete. Durante um tempo, as rodas culturais ditaram o ritmo com Naan, Pk, Buddy Poke, Orochi, entre outros. Após alguns anos, de novo quando a cena do rap no Rio voltava a ficar estranha, outro fenômeno no surgiu: BK com seu bloco 7. Agora, depois do seu álbum “PODIUM”, posso falar que estou presenciando mais um fenômeno que vai marcar história: L7nnon.

O álbum é tem a identidade dele. Produzido pelo, porque não gênio, Papatinho, “PODIUM” contém 11 faixas e algumas delas com participações como Lourena (Sorrisos), Mv Bill (Ninguém), John (Celebrando a Vida) e Maia (Keep Going).

L7nnon foi para a guerra nesse álbum! Como ele mesmo diz em “Já Venci”:Transformou a raiva em rima. Letras fáceis de se captar, potentes iguais os beats e fortes como um cruzado de direita. Uma verdadeira aula de o que é o rap underground no Rio de Janeiro, já que trabalho chama atenção por ser bem direto. Falando bastante de superação, ele faz que o ouvinte sinta como vive um jovem negro numa periferia no Estado. Também chama atenção as brincadeiras que ele faz em algumas músicas com a batida do funk! Nada mais carioca que isso.

Até a música com a Lourena, que muitos apostavam que seria bem “nhem nhem nhem”, traz um pouco como é essa correria do dia a dia.

Como toda unanimidade é burra, a única música que destoa dessa sequencia de soco na cara que o álbum tem é a faixa “QQCQDM”. Não que ela seja ruim, pelo contrário, é um love song gostosinho para curtir com quem você gosta. Mas como disse: destoa dessa proposta do álbum. Apesar dessa crítica, também fica o elogio pois ao contrário de muitas produções que cometem um erro tradicional de colocar músicas no lugar errado de discos, “QQCQDM” vem logo depois de “Sorrisos”, dando assim uma continuidade nesse beat mais cadenciado.

A música que dá nome ao álbum, que aliás já tem um videoclipe, traz tudo aquilo que esperávamos do L7 desde quando ele lançou “Meus Planos”. Música de rua, de garoto do subúrbio que quer vencer na vida, de quem vai derrubar qualquer barreira que possam colocar na frente do seu sonho.

Falando sobre a participação do MV Bill, ela é muito interessante. Eles se completam de uma forma que poucos feat conseguem. Parece que L7 é o Bill quando mais novo. O Flow, a temática… É uma sequência que pode render frutos no futuro.

Se me perguntarem hoje qual a melhor música do álbum falaria “Keep Going”. Primeiro que as entradas que a Maia faz são sensacionais. A música pedia uma voz assim e acertaram em cheio em a chamar. É uma música que você deve colocar no fone quando entra no ônibus ou na hora de dormir. Parece que L7nnon leu a mente do seu fã e colocou tudo no papel.

Finalizando: O álbum é forte e viciante. Se antes ele era uma simples aposta para o rap carioca, hoje L7nnon já é uma realidade. 2019 veio para ser o ano da consagração. Ouçam “PODIUM” porque nele o Papato está no beat e L7 dá o papo.

Sair da versão mobile